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Negócios

Comércio não essencial da capital paulista perde R$ 220 milhões ao dia com a crise; pandemia já comprometeu 6% do faturamento anual

Retomada consistente dependerá da adaptação dos estabelecimentos para garantir que ambiente é seguro a funcionários e clientes, mas também da viabilidade econômica da reabertura

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Comércio não essencial da capital paulista perde R$ 220 milhões ao dia com a crise; pandemia já comprometeu 6% do faturamento anual

Prejuízo do varejo deve tornar recuperação econômica bem mais lenta
(Arte: TUTU)

Os prejuízos no comércio da capital de São Paulo por conta da crise da covid-19 são de cerca de R$ 220 milhões ao dia, ou 30% do faturamento diário que era esperado para este ano, segundo estimativa da FecomercioSP. Em 72 dias de fechamento das empresas, o varejo paulistano já perdeu quase R$ 16 bilhões, ou quase 6% de todo faturamento previsto para 2020.

A Federação entende que, mesmo que a reabertura dos negócios neste momento seja integral, a destruição de renda e de empregos já provocada pela crise somada à queda da confiança dos consumidores farão com que a recuperação econômica seja lenta e apenas parcial. Todos esses fatores criam mais barreiras para a retomada, que já não seria robusta.

De forma a garantir as melhores condições da volta às atividades, a FecomercioSP apresentou um amplo protocolo com sugestões de retomada dos setores de comércio e serviços não essenciais na capital de São Paulo, com orientações que possibilitam um ambiente mais oportuno para os negócios, sem que isso comprometa a saúde pública ou gere aglomerações no transporte público.

As sugestões se dividem por diversos setores, de forma a deixar o mínimo de dúvidas nos empresários e consumidores. Esse protocolo ainda não foi autorizado pelo prefeito Bruno Covas. A Federação mantém contato com a Prefeitura para que isso ocorra em breve e orienta aos empresários do setor aguardarem o decreto para retomar as atividades dentro das determinações legais, além de evitar o aumento do contágio da covid-19 – o que também é o objetivo do protocolo.

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Ônus da testagem sobre as empresas 

A FecomercioSP esclarece que enviou ofícios à Prefeitura da capital, em 1º de junho, solicitando que, durante o processo de retomada das atividades econômicas na cidade, o ônus da realização de testes laboratoriais para a detecção de contaminação pelo novo coronavírus não seja transferido às empresas, considerando a crise financeira enfrentada em razão da pandemia. 

No Decreto Municipal n.º 59.473/20, publicado em 29 de maio pela Prefeitura, ficou determinado que as propostas de protocolos enviadas pelos setores – condição para reabertura dos estabelecimentos de comércio e serviços – obrigatoriamente precisariam atender ao “compromisso para testagem de colaboradores e/ou clientes". 

Diante desse requisito estabelecido pelo governo municipal, a Federação contemplou tal orientação na proposta de protocolo enviada. Na sugestão da Entidade, o teste amostral do quadro de funcionários que não apresentam sintomas seria recomendável, e não obrigatório, às empresas, estando previsto apenas para cumprir a determinação da Prefeitura. 

Horário de funcionamento

Neste momento, a Prefeitura sugere que comércios e serviços da capital devem funcionar por apenas quatro horas diárias, para que os estabelecimentos não abram e fechem todos nos mesmos horários. Para os empresários, isso não se mostra economicamente viável.

No protocolo, a FecomercioSP propõe horários de funcionamentos diferenciados para os estabelecimentos de acordo com a sua localização na rua. Por exemplo: escritórios ou comércios do lado par da rua funcionariam das 9h às 15h. Já os do lado ímpar, das 11h às 17h. Tais medidas visam diminuir os impactos da retomada no transporte público, possibilitando maior segurança no deslocamento dos funcionários.

 
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