Economia
19/06/2015Comércio varejista da capital paulista registra crescimento de 3,2% em março, o primeiro resultado positivo após 12 meses de quedas consecutivas
Para a FecomercioSP, apesar do resultado positivo, a estimativa é de que as vendas voltem a cair a partir de abril
As vendas do varejo na capital paulista em março aumentaram 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior e totalizaram um faturamento de R$ 13,5 bilhões. Foi o primeiro crescimento após 12 meses de quedas consecutivas e essa taxa impulsionou positivamente o índice estadual em 1 ponto porcentual.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) segundo informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).
Das nove atividades pesquisadas, seis apresentaram altas em relação ao mesmo período de 2014, das quais autopeças e acessórios (29%); materiais de construção (12,3%); farmácias e perfumarias (10,1%) cresceram acima dos dois dígitos. Já os setores de concessionárias de veículos (9,3%) e supermercados (4,8%), apesar de altas mais modestas, contribuíram em 1,6 e 1,5 ponto porcentual para o índice geral de crescimento do comércio varejista da capital.
Entre os segmentos que registraram queda estão: lojas de vestuário, tecidos e calçados (-16,6%), lojas de móveis e decoração (-8,0%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-3,8%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o crescimento apresentado em março, assim como no cenário estadual, foi um resultado isolado devido ao maior número de dias úteis vistos no período, já que este ano o Carnaval ocorreu em fevereiro (diferente do que aconteceu em 2014, quando o período festivo ocorreu em março). A partir de abril a Entidade prevê um retorno de quedas mensais nas vendas e a estimativa é uma retração de 5% no resultado geral de 2015.
Desempenho estadual
Após 12 meses consecutivos de queda, o comércio varejista do Estado de São Paulo registrou em março crescimento de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior e a receita mensal atingiu R$ 43,3 bilhões.
Segundo a Federação, o resultado positivo foi impulsionado pelo maior número de dias úteis vistos no mês de março, já que este ano o carnaval ocorreu em fevereiro. Isso fez com que o efeito-calendário fosse decisivo para evitar a sequência de taxas negativas do varejo paulista.
A assessoria econômica da Entidade reforça ainda que o aspecto mais positivo em março foi a redução de taxas de quedas acumuladas no ano, o que permitiu que o trimestre apresentasse retração de 3,2% contra 5,5% observada no fechamento do bimestre.
Das nove atividades pesquisadas, cinco apresentaram alta em relação a março do ano passado, o que, de acordo com a Federação, equilibrou o mau desempenho visto nos outros itens. O segmento de supermercados (3,4%) foi determinante para alavancar o resultado positivo, com impacto de 1 p.p para o índice geral. Na sequência, também registraram crescimento os setores de farmácias e perfumarias (11,8%), com incremento de 0,7 p.p; outras atividades (2,5%), com acréscimo de 0,5 p.p; e autopeças e acessórios (10,3%), com contribuição de 0,2 p.p.
Por outro lado, embora a atividade de lojas de vestuário, tecidos e calçados tenha apresentado retração expressiva de 10%, o impacto negativo de 0,8 ponto porcentual no resultado geral não foi o suficiente para impedir o crescimento do varejo no Estado.
Expectativa
A Federação ressalta que, apesar do resultado positivo desafogar o ciclo de queda nas vendas do comércio varejista, o cenário deve permanecer negativo, uma vez que todos os fatores determinantes de consumo permaneceram negativos também no mês e a estimativa é de uma retração entre 3% e 4% nas vendas em abril.
Para os próximos meses de 2015, a FecomercioSP projeta que a retração nas vendas para o varejo paulista continuará e será ao redor de 5%. Essa perspectiva preocupante decorre da pouca possibilidade de alteração em qualquer determinante do consumo e, principalmente, das expectativas negativas dos indicadores de desemprego, que tendem a apresentar uma deterioração em relação aos índices atuais.
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