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Negócios

Comprar online e retirar na loja é tendência que ganha cada vez mais clientes

Aproximadamente 30% dos clientes online já optaram pela modalidade que traz alguns desafios para a gestão

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Comprar online e retirar na loja é tendência que ganha cada vez mais clientes

Modalidade possibilita a compra de produtos nos sites das lojas, com retirada na loja física
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

A retirada, em lojas de rua, de produtos comprados online tem crescido no mercado brasileiro. Segundo a pesquisa Webshoppers 2015, a prática – conhecida como pick-up store – está adquirindo cada vez mais relevância e aproximadamente 30% dos consumidores do e-commerce já optaram por buscar a mercadoria pessoalmente. Para o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, Pedro Guasti, a alta nessa dinâmica do varejo tem a ver com a conexão dos consumidores em múltiplos canais.

Segundo o levantamento, os produtos mais adquiridos por meio dessa sobreposição entre os canais físicos e virtuais são ingressos, brinquedos e games, produtos para esporte e lazer, itens de casa e decoração, artigos para cuidados pessoais, CDs e DVDs, cosméticos, moda e acessórios, instrumentos musicais e produtos para bebês.

“Essa é uma tendência muito clara. Nos Estados Unidos e em países da Europa, a prática já é comum”, comenta Guasti.

O crescimento é notório, por exemplo, nos números registrados pela empresa Cnova, responsável pela operação do e-commerce de lojas como Extra, Casas Bahia e Pontofrio. Os pontos de retirada do serviço “Retira Fácil” chegaram a 1.315 em 2015. “Foi um forte avanço se compararmos ao começo do ano, quando eram 104 pontos”, afirma o diretor de operações e logística da Cnova, Alexandre Westphalen.

Praticidade ao consumidor

A modalidade possibilita a compra de produtos nos sites das lojas, com retirada gratuita na loja física mais conveniente para o cliente. Westphalen ressalta que houve uma aceitação e procura dos consumidores além da expectativa.

O serviço chegou a 16% de utilização do total de pedidos nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro no mês de dezembro do ano passado, sendo que esse índice, nos três primeiros meses de 2015, era de aproximadamente 1%, contando apenas o Estado de São Paulo. “Sabemos que o momento da entrega do produto é a etapa mais esperada pelo cliente, e o serviço é bastante recomendado de cliente para cliente”, comenta o diretor.

Nas pesquisas realizadas pela Cnova, entre os principais motivos que levam os consumidores a utilizá-lo estão o fato de não precisar pagar frete, o curto prazo de entrega, a agilidade na retirada do pedido, a praticidade oferecida pelo serviço, a ausência de pessoas para receber o produto em casa, a possibilidade de retirar o item em localidades não atendidas por empresas de transporte e a proximidade dos pontos de retirada.

Desafios

De acordo com Pedro Guasti, já está claro ao mercado que a tendência agrega valor à empresa e conquista os consumidores. Entretanto, há desafios a serem enfrentados, sendo o principal deles o de alinhar as gestões de comércio eletrônico e lojas físicas.

“Essa interação exige investimento em tecnologia e engajamento entre os profissionais envolvidos nos processos”, afirma.

Para o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, é preciso desenvolver processos eficazes também para a rápida verificação da disponibilidade, nas lojas físicas, de produtos comprados por meio do e-commerce.

Outro desafio é o de empresas cujo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do estabelecimento físico é diferente do número do comércio eletrônico. A situação gera entraves legais para a conexão. “É uma questão a ser discutida, que pode necessitar de uma legislação para normatizar os processos”, diz.

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