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Imprensa

Concessionárias puxam queda nas vendas do comércio paulistano

Pesquisa da FecomercioSP aponta recuo de 12,9% nas vendas no município de São Paulo e faturamento de R$ 13,1 bilhões em agosto; oito das dez atividades que compõem o setor obtiveram resultado negativo

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Concessionárias puxam queda nas vendas do comércio paulistano

As vendas do varejo na capital paulista em agosto recuaram 12,9% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando faturamento de R$ 13,1 bilhões. No acumulado do ano, a queda é de 4,7%. Os números são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), apresentada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz). Com esse resultado, a cidade registrou a segunda pior queda no mês entre as 16 regiões pesquisadas no Estado. Das dez atividades que compõem o setor, oito tiveram resultado negativo. As mais afetadas foram as concessionárias de veículos (-33,4%) e as lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (-28,2%).

Já as farmácias e perfumarias (3,3%) e as lojas de vestuário, tecidos e calçados (0,7%) foram as duas únicas atividades que elevaram as vendas no período, ainda que de forma tímida. O resultado seguiu a tendência de quase todas as regiões pesquisadas e do total do Estado, em que apenas dois segmentos não reduziram a receita real.

Na análise da FecomercioSP, a expressiva queda de 12,9% surpreende, pois era esperado que em agosto o município já tivesse se recuperado dos impactos da realização da Copa do Mundo – que cancelou centenas de eventos de negócios lucrativos para a cidade. A expectativa era de que as perdas fossem recompostas e o consumo voltasse a alcançar patamares mais positivos.

Contudo, a capital paulista também vive um momento de fragilidade no consumo em razão do baixo nível de confiança das famílias e dos empresários, que reduzem os investimentos – ao lado de baixa propensão aos gastos. Esse movimento faz com que não se invista porque as vendas estão fracas, e não se compra porque há sinais de desaceleração no consumo. 

Nesse ambiente, a Entidade avalia que mais uma queda mensal intensifica o pessimismo na projeção de vendas da capital paulista para o fim do ano.


Confira na tabela abaixo o desempenho do varejo na capital em agosto

Desempenho estadual

As vendas do varejo paulista recuaram 9,9% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano passado, e registraram uma receita real de R$ 43,2 bilhões no mês. É a sexta queda de faturamento, a maior do ano, na comparação entre os meses de 2013 e 2014, do período março-agosto. As informações fazem parte da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), segundo informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).

Com esse novo recuo, o índice de queda acumulado no ano passou de 1,2%, até julho, para 2,4%, nos oito meses de 2014. Os sucessivos recuos das vendas intensificam as projeções de queda para as vendas no total do ano, considerando que as variáveis determinantes do consumo não devem mudar.

Os ramos ligados aos bens duráveis foram fundamentais para o resultado negativo do varejo geral. As quedas nos faturamentos das lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-33,9%) e das concessionárias de veículos (-25,7%) contribuíram para a retração geral, com 6,3 pontos porcentuais. Os setores de lojas de materiais de construção (-15,4%); de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-4,5%); de autopeças e acessórios (-8,8%); de lojas de móveis e decoração (-6,3%); e de outras atividades (-8,5%) também compõem o conjunto dos segmentos que registraram redução de faturamento real em agosto.

Após crescer por quatro meses consecutivos, o segmento de supermercados surpreendeu de forma negativa, recuando 1% em comparação a agosto de 2013. Vale lembrar que essa atividade é a que possui o maior peso relativo no varejo e, por comercializar bens essenciais, é um importante balizador do comportamento do consumidor e ajuda a explicar o atual ciclo negativo das vendas.

No resultado geral do mês, apenas duas das dez atividades pesquisadas obtiveram aumento de vendas. Farmácias e perfumarias (4,1%) continuaram a trajetória de crescimento em 2014, acumulando no ano expansão de 6,6% em sua receita real. Contudo, sua contribuição no mês para o resultado do varejo total é de apenas 0,2 ponto porcentual. É o mesmo peso da contribuição das lojas de departamentos (que elevaram as vendas em 4,5%).

A análise por região indica que a retração no consumo é generalizada: das 16 regiões do Estado pesquisadas, apenas em Jundiaí as vendas não caíram. Em cinco, a taxa de queda de vendas ficou acima da média do Estado e em dez houve recuos menores do que no total do Estado.

Na avaliação da FecomercioSP, o processo de contenção do movimento varejista é resultado de variáveis como renda, emprego, inflação e crédito – não de fatores locais.

A Entidade destaca que, até julho, apenas duas atividades seguiam elevando as vendas: supermercados e farmácias e perfumarias, ambas atendendo ao consumo de bens básicos e de primeira necessidade, independentes de crédito e ligadas diretamente ao comportamento da renda.

As sucessivas quedas nas vendas apontam que a fragilidade de expansão da massa de rendimentos reais neste ano pode não ser suficiente para sustentar a manutenção do consumo desses bens. A inflação, mais centrada em produtos alimentícios, é um fator que contribui para a dificuldade pontual do setor supermercadista nos últimos meses.

Confira os detalhes do desempenho do varejo no Estado de São Paulo aqui.

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