Negócios
11/08/2015Conexão com objetos avança e se torna recurso para o dia a dia
Comunicação com eletrodomésticos, eletrônicos, automóveis e até roupas promete facilidades
Por Deisy de Assis
Embora o conceito de “internet das coisas” ainda não esteja popularizado, ele já está em muitos objetos de uso cotidiano. Esse conceito nada mais é do que a comunicação entre objetos e as pessoas, a partir de uma conexão via internet.
Isso é possível com o desenvolvimento da inteligência em produtos, o que tem sido um investimento frequente no mercado tecnológico. As pulseiras que verificam batimentos cardíacos durante atividades físicas e enviam as informações para o celular são um exemplo prático da internet das coisas.
O mercado dispõe ainda de portas que, conectadas à rede, podem ser abertas com senhas pelo celular, roupas de bebê que informam a temperatura da criança e parâmetros da respiração, e até guarda-chuvas capazes de fornecer informações sobre o clima.
A especialista em novas tecnologias digitais para comunicação de massa e professora da Universidade São Judas Tadeu Tatiane Cavalcante menciona protótipos de geladeiras com inteligência para identificar e avisar quais alimentos estão faltando, ou informar que a data de validade de produtos está próxima a vencer.
“Dessa forma, passaremos a gerenciar objetos e equipamentos”, diz. No que se refere à segurança, Tatiane considera que as necessidades de proteção serão as mesmas identificadas atualmente, ou seja, a internet das coisas não exigirá segurança específica.
A relação produto e serviço
O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Fábio Flatschart ressalta que muitas ações podem ser automatizadas e controladas. “Quando se retirar um alimento da geladeira, um sensor pode detectar a ação e sugerir uma receita com o produto por meio de um aplicativo. A fronteira entre o produto e o serviço desaparece”, explica. Segundo Flatschart, os usos são infinitos, mas ainda iniciantes diante deste potencial.
A professora Tatiane complementa ao mencionar pesquisas internacionais recentes. Uma delas, realizada com entrevistas a cidadãos americanos, aponta que 60% deles já esperam ter toda a casa conectada nos próximos cinco anos.
Custos e a democratização
O preço não é considerado um limitador pelos especialistas. De acordo com Flatschart, o custo de processadores cai consideravelmente a cada ano, os serviços de internet na nuvem estão cada vez mais disponíveis e controladores/sensores são vendidos no varejo. “O que pode inflar preços é a influência das marcas ou o alto interesse pelo objeto”, argumenta.
Outro fator que dita o preço é o valor agregado pelo serviço que o produto gera. Por exemplo: um dispositivo médico ou de automação de segurança residencial agrega valores que ultrapassam o simples custo do objeto, plataforma ou sistema.
A área da saúde vem fazendo uso de objetos e dispositivos conectados para auxiliar no controle e prevenção de doenças. “São meios de monitorar um paciente em tempo real, sendo que os dados podem ser enviados à equipe médica ou hospital”, exemplifica Flatschart.
O uso das conexões via internet e suas implicações serão temas abordados durante o VII Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos, que acontecerá nos dias 18 e 19 de agosto. Inscreva-se.
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