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09/06/2014Confiança do comércio paulistano cai 3,9% em maio
Queda pelo quarto mês consecutivo aproxima indicador do pessimismo e gera incerteza entre grandes empresários do varejo
São Paulo, 10 de junho de 2014 - O indicador que mede o grau de confiança do empresário do comércio varejista de São Paulo registrou uma queda de 3,9 % em maio, em relação ao mês de abril. É a quarta baixa mensal consecutiva, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo o levantamento, o índice alcançou 104,8 pontos, número próximo da margem de pessimismo. A escala vai de zero a 200 pontos e indica otimismo quando o resultado supera a marca de cem pontos. Abaixo disso, indica pessimismo. A marca de maio é a segunda pior da série histórica, iniciada em março de 2011. Só não foi pior do que o registrado em julho de 2013, após os protestos que mobilizaram o País, quando bateu em 104,2 pontos.
Na análise por porte da empresa, a queda da confiança entre abril e maio foi maior nas companhias com mais de 50 funcionários. O ICEC registrou queda de 3,8% na confiança dos pequenos empresários e de 6,4% dos grandes. Ainda assim, os grandes empresários estão em um patamar de confiança superior: 127,4 pontos contra 104,3 pontos dos pequenos.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, apesar de o grau de confiança do grande varejista ser maior, até baseado em sua capacidade econômica, inclusive, de resistir à crises, já existe a percepção de um quadro de dificuldade macroeconômica. A situação que os pequenos varejistas já sentem no dia a dia, chegou aos grandes. E a diferença de percepção entre grandes e pequenos tende a se reduzir ainda mais no médio prazo, aparentemente porque a situação já estaria incomodando as grandes empresas.
Em maio, a propensão do empresariado paulista, tanto a investir quanto a empregar, caíram 2,9% (para 95,5 pontos) e 1,3% (para 117,8 pontos), respectivamente. Desde o fim de 2013, a expectativa de contratação caiu mais de 15%, e a de investimentos, mais de 10%. Apesar de as quedas refletirem intenção e não retração de fato, a FecomercioSP ressalta que é importante ficar atento às sucessivas quedas do indicador a patamares inferiores a cem pontos, movimento indicativo de que as decisões de investimento podem ser reduzidas, postergadas ou até suspensas.
No momento, a expectativa de contratação de empregados, embora esteja em queda, ainda se situa acima dos cem pontos, ou seja, pouco mais da metade dos empresários entrevistados diz ter algum interesse em contratar funcionários no curto prazo.
Segundo a Federação, os números e suas trajetórias estão alinhados à percepção geral de que o momento inspira preocupação e deixa empresários e consumidores mais conservadores. A Entidade salienta ainda que, de forma geral, a redução da propensão em investir de hoje significa menos abertura de postos de trabalho amanhã - ou até fechamento, a depender do prazo e da profundidade da crise que leva à redução dos investimentos e das projeções de longo prazo.
Nota metodológica
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla as percepções do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que por sua vez pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
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