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29/03/2016Confiança do consumidor paulistano volta a cair em março e atinge 89,3 pontos, aponta FecomercioSP
Para a Entidade, queda foi motivada pelo índice que mede satisfação com atual momento da economia, que caiu 19,6% na comparação com fevereiro e 48,2% em relação a março de 2015
São Paulo, 29 de março de 2016 - Em março, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 89,3 pontos, queda de 6,2% em comparação ao mês anterior, quando registrou 95,2 pontos. Já na comparação anual, a queda foi ainda mais acentuada (-16,4%). A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).
De acordo com a assessoria econômica da Entidade, a queda do ICC foi motivada pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), um dos componentes do indicador, que retraiu 19,6% em relação a fevereiro, ao passar de 66,5 para 53,5 pontos em março. Já em relação ao mesmo mês de 2015, quando o índice registrou 103,3 pontos, a queda foi de 48,2%.
O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) registrou leve queda de 1%, ao passar de 114,4 pontos em fevereiro para 113,2 pontos em março. Em contrapartida, na comparação com o mesmo mês de 2015, o IEC registrou alta de 3,6%, demonstrando que, apesar da situação atual ser ruim, a expectativa com o futuro ainda é otimista.
Para a FecomercioSP, a queda no ICC em março denota uma escalada do pessimismo em relação ao presente. Por outro lado, mostra que o consumidor está um pouco mais otimista em relação ao futuro na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números registrados apontam muito mais para uma acomodação do patamar de pessimismo do que propriamente para a recuperação da confiança.
A Entidade reforça ainda que o consumidor paulistano continua pessimista sobre as condições socioeconômicas atuais, principalmente por causa da deterioração do mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, a inflação segue elevada e o crédito está mais caro - o que afeta ainda mais o orçamento das famílias.
Gênero e renda
Em relação aos dados segmentados do ICEA, as duas principais baixas estão entre os consumidores que ganham mais de dez salários mínimos, que apresentaram retração de 28,3% e passaram de 70,8 para 50,7 pontos no período, enquanto o grupo feminino registrou queda de 21,9% e passou de 60,5 pontos em fevereiro para 47,3 pontos em março.
Já no quesito que mede a expectativa com o futuro, o IEC mostra distinção entre as classes de renda. Enquanto os consumidores com rendimentos até dez salários mínimos se mostraram menos confiantes (-4,3%, ao passar de 117,3 pontos em fevereiro para 112,3 pontos em março), os consumidores acima desse patamar de renda demonstraram mais otimismo ao registrar alta de 6,4% e passaram de 108,2 para 115,1 pontos.
Metodologia
O ICC é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de renda, gênero e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.
A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.
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