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08/09/2015Confiança do empresário do varejo cai 4,6% em agosto e atinge 73,9 pontos
São Paulo, 09 de setembro de 2015 - A atual instabilidade econômica do País somada à cautela dos consumidores em contratar novas dívidas influenciaram diretamente na confiança dos empresários do varejo em São Paulo. Pelo nono mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou queda ao passar de 77,5 em julho para 73,9 pontos em agosto (-4,6%) e atingiu, assim, o menor nível da série histórica iniciada em março de 2011. O ICEC varia de 0 (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total) e é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
De acordo com a FecomercioSP, há um desalento generalizado com o ritmo das vendas, com expectativas cada vez mais baixas, e o cenário se degradando mais rápido do que se imaginava, sem contar a maior cautela por parte dos consumidores de assumir novas dívidas e renovar empréstimos. Com isso, os empresários colocaram o pé no freio em investimentos e contratações. Para a Entidade, é muito baixa a probabilidade de reversão do cenário econômico a médio prazo, o que pode impactar ainda mais no sentimento de insatisfação dos empresários.
O ICEC dos empresários do setor de não duráveis atingiu 69,6 pontos em agosto, queda de 6,2% na comparação mensal e 29,3% na comparação anual. No setor de semiduráveis, o indicador registrou 80 pontos (retrações de 8,2% e 22,9%), enquanto no setor de duráveis o índice atingiu 73,8 pontos (-1,4% e -22,2% nas comparações mensal e anual, respectivamente).
Na análise dos economistas da Federação, este resultado deve-se principalmente ao maior pessimismo em relação ao futuro dos empresários do setor de não duráveis - que incluem as atividades de supermercados, farmácias e perfumarias -, que provavelmente já estão antevendo o impacto do desemprego nas vendas do setor. Apesar dos bens não duráveis apresentarem no ano o melhor desempenho de vendas na capital paulista, os empresários do setor mais uma vez figuraram como os mais pessimistas quando comparados aos do segmento de bens semiduráveis - vestuário principalmente - e duráveis, móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e veículos.
Indicadores
Os três quesitos que compõem o indicador registraram queda. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou retração de 4,9% em relação ao mês anterior e atingiu 36,7 pontos, ante 38,6 em julho, o que remete a uma percepção cada vez mais pessimista com relação ao atual momento econômico.
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) registrou queda de 3,6% em relação a julho e passou de 118,6 pontos para 114,3 em agosto, enquanto o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) foi o que mais contribuiu para a variação negativa do indicador: recuou 6,1% em relação ao mês anterior e atingiu 70,7 pontos.
Com relação à análise de porte, a desconfiança nas condições econômicas tem sido semelhante entre grandes e pequenos empresários. A variação do índice para as empresas com mais de 50 funcionários (grandes) apresentou queda mais significativa, de 29,7% em relação a agosto de 2014. Na comparação mensal, passou de 82,4 pontos em julho para 78,4 em agosto. Já para as empresas com até 50 empregados, a queda anual foi de 24,7% (73,8 pontos em agosto, ante 98 pontos em agosto do ano passado). Na comparação mensal, a queda foi de 4,6%. Para a Entidade, a tendência é de que essa confiança permaneça baixa para ambos os portes.
Nota metodológica
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla as percepções do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas com 600 empresários na capital, em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que por sua vez pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
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