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Editorial

Confiança sobe em fevereiro, mas consumidor continua pessimista, aponta FecomercioSP

Mesmo com expressiva alta da avaliação das condições econômicas atuais (16,5%), pessimismo persiste

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São Paulo, 29 de fevereiro de 2016 - Em fevereiro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 95,2 pontos, alta de 7% se comparado ao mês anterior, quando registrou 89 pontos. Já na comparação anual, a queda foi acentuada (-15,6%). A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). 

O aumento do ICC, segundo os economistas da Entidade, foi motivado pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), um dos indicadores que compõem a pesquisa. O ICEA registrou alta de 16,5% no comparativo com janeiro, ao passar de 57,1 pontos para 66,5 pontos em fevereiro. Já em relação ao mesmo mês de 2015, quando o índice registrou 109,7 pontos, houve queda de 39,3%.  

O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) - o outro requisito que compõe o ICC -, por sua vez, registrou alta de 3,6%, ao passar de 110,3 pontos em janeiro para 114,4 pontos em fevereiro. Na comparação com o mesmo mês de 2015, o IEC sofreu leve queda de 0,6%. 

De acordo com a FecomercioSP, apesar da confiança do consumidor subir em fevereiro e manter a trajetória positiva dos últimos três meses, essa melhora deve ser avaliada levando em consideração a magnitude do indicador, ainda dentro da zona do pessimismo. Assim, é possível dizer que as oscilações registradas desde dezembro estão dentro da normalidade e apontam mais para uma acomodação no patamar de pessimismo do que para uma tendência de recuperação da confiança. 

A alta mensal ainda pode ter sido influenciada por fatores sazonais, como o aumento do salário mínimo. 

Na análise anual, a Entidade reforça que os fatores responsáveis pela trajetória negativa do ICC continuam os mesmos: o mercado de trabalho com sinais cada vez mais claros de deterioração - aumentando, assim, a insegurança do consumidor em relação ao seu emprego - e a perda do poder de compra, resultado da combinação de ganhos de renda mais modestos e crédito mais caro. 

Gênero e renda

Em uma análise segmentada do ICEA, os consumidores de 35 anos ou mais foram os que mais aumentaram a confiança com a situação atual da economia em fevereiro - alta de 23,7% em relação a janeiro do indicador, que passou de 50,8 para 62,9 pontos. No caso das pessoas que ganham menos de dez salários mínimos e daquelas que recebem mais de dez salários mínimos, o aumento do ICEA foi parecido em fevereiro (16,6% e 16,3%, respectivamente).  

Em relação ao futuro, os consumidores que ganham dez salários ou mais foram os únicos que registaram queda do IEC (recuo de 1,4% em relação ao mês passado, ao passar de 109,7 para 108,2 pontos em fevereiro). Entre os consumidores que ganham menos de dez salários mínimos, houve alta de 6% (117,3 pontos, ante 110,6 em janeiro).

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