Negócios
07/05/2015Conheça a variedade de negócios da Rua Teodoro Sampaio
Local reúne instrumentos musicais, lojas de móveis e comércio popular
Embora bagunçada, com calçadas estreitas, há uma lógica informal na Rua Teodoro Sampaio, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Coexistem lado a lado diversos tipos de estabelecimento comercial, entre os quais se destacam os segmentos musical, moveleiro, têxtil e calçadista, além dos sebos, bares e grandes redes de varejo, que ainda dividem espaço com os ambulantes espalhados por ali. A miscelânea começa a partir do Metrô Clínicas, trecho mais íngreme da ladeira e onde predominam as lojas de instrumentos musicais.
É na altura do número 784 que fica a Oficina Ébano. Uma das mais antigas da rua e referência em instrumentos de sopros no Brasil. “Eu tinha acabado de voltar de Dallas, nos Estados Unidos, e não havia ninguém com qualificação. Então abri um pronto-socorro para esse tipo de instrumento”, conta Cuca, exímio em oboé e instalado no local desde 1985.
Dominó e cerveja
Com cada segmento instalado num trecho organizou-se uma rua comercial que não deixou para trás o conceito de vizinhança. É possível perceber as relações amistosas numa parada rápida pelos botequins mais tradicionais, como o Bar do Seu Tutu, onde os antigos moradores se reúnem para uma partida de dominó e uma cerveja no fim da tarde.
Há 57 anos no local, Artur Semedo, o Seu Tutu, ainda se recorda do tempo em que o bonde trafegava pela rua. “A antiga linha circulou até 1967, se não me engano”, conta. “A obra do plano de revitalização da região do Largo da Batata chegou a revelar os trilhos recentemente”, diz.
Mas antes de se chegar ao Largo da Batata, à medida que se desce a ladeira, a rua ganha outro contorno, dividida pela Praça Benedito Calixto, referência cultural e intelectual da cidade. Lá, desde 1987 existe a Feira da Praça, que já faz parte do calendário turístico e de lazer de São Paulo. Trata-se de um evento realizado todos os sábados, das 9 às 19 horas, com participação de cerca de 300 expositores de artesanato variado, obras de arte e antiguidades, além da área de alimentação.
Móveis e decorações
Nas imediações da Benedito Calixto começa outro segmento característico da Rua Teodoro Sampaio, o de móveis. Das lojas de artigos de decoração mais sofisticados, próximas à praça, passa-se aos itens mais populares, um pouco mais abaixo.
O cenário muda à medida que se desce a rua, a começar pelo som dos ambulantes – vendedores de CDs piratas e de gravações caseiras, muitas vezes de autoria própria. De longe é possível avistar o burburinho de pessoas, que se misturam aos ônibus e ao comércio popular das barracas que tomam a calçada até o Largo da Batata.
Trata-se de um local historicamente comercial, conhecido como Mercado Caipira. Dele, surgiu o Mercado de Pinheiros, que recebeu em 1968 um projeto dos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, os mesmos que depois fariam o projeto do Centro Cultural São Paulo. O mercado manteve a vocação do lugar, tornando-o um subcentro importante na cidade.
Quem foi Teodoro Sampaio
A Rua Teodoro Sampaio foi aberta no fim do século XIX como parte do loteamento chamado Vila Cerqueira César. A denominação homenageia o engenheiro baiano Teodoro Fernandes Sampaio. Ele chegou em São Paulo em 1886 e, quando foi instituída a República, participou ativamente da criação da infraestrutura necessária para que a cidade suportasse o vertiginoso crescimento agrícola e industrial.
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