Sustentabilidade
18/08/2016Construção civil investe em sustentabilidade para atrair grandes empresas
Por outro lado, taxa de imóveis residenciais novos que adotam iniciativas sustentáveis não chega a 1%
ARTE TUTU
O setor de construção civil paulista vem incorporando ações sustentáveis no segmento de edifícios comerciais. De acordo com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), essa prática já se tornou uma regra no lançamento de novos imóveis empresariais. No entanto, o mesmo não se vê no segmento residencial, cuja taxa de edifícios sustentáveis não atinge 1% do total de novos prédios.
“A sustentabilidade se estabeleceu nos edifícios comerciais porque as empresas que vão se instalar nesses espaços demandam um empreendimento que atenda a essas normas”, afirma o vice-presidente de Sustentabilidade do Secovi-SP, Hamilton Leite. De acordo com ele, hoje, todos os lançamentos de grande porte são sustentáveis.
Segundo Leite, a diferença entre ações sustentáveis de prédios corporativos e residenciais se deve ao fato de que as empresas buscam instalações que possibilitem reduzir custos no longo prazo. Já o consumidor comum avalia o imóvel apenas pelo preço de compra.
“Muitas empresas têm seus próprios programas de gestão ambiental, com metas a cumprir. Se a empresa estiver em um ambiente mais eficiente, fica mais fácil atingir essas metas”, diz a assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez. “O consumidor, por outro lado, está mais preocupado se pode ou não pagar o valor do imóvel”, contrapõe.
Levantamento do Secovi-SP aponta que recursos sustentáveis elevam o preço do imóvel entre 1,6% e 8,6%.
No Brasil, imóveis classificados como sustentáveis precisam atender às exigências das certificações Processo Aqua, da Fundação Vanzolini, ou LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, na sigla em inglês), da Greenbuilding. Os critérios envolvem uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental, tratamento e reúso dos resíduos de construção, redução do consumo de água e energia, entre outras atividades.
A demanda por edifícios sustentáveis é um movimento que começou apenas na década passada. Por ser uma tendência recente, o consumidor brasileiro ainda está em processo de conscientização sobre seus benefícios.
“Essa conscientização começa com o grande empreendedor, passa pelos pequenos empresários e chega à população. Mas muita coisa ainda vai ser implementada por legislação, sem dispensar as iniciativas próprias”, opina Cristiane.
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