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Economia

Consumidor abate dívidas para um novo consumo de fim de ano

Endividamento e inadimplência registram queda na capital paulista, mas alto desemprego ainda preocupa; comerciante deve manter baixa expectativa de vendas nos próximos meses

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Consumidor abate dívidas para um novo consumo de fim de ano

Índices de endividamento e inadimplência registraram queda em novembro, mas resultado pode ter sido pontual
(Arte: TUTU) 

A recuperação lenta da economia – que continua com uma inflação alta e desemprego elevado – é um indício para que o comerciante faça uma projeção cautelosa das vendas nos próximos meses. Durante esse período, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) recomenda atenção ao controle do estoque e favorecimento nos meios de pagamento para atrair o consumidor de volta às compras.

Com a chegada do fim do ano e a proximidade do Natal, os consumidores aproveitaram para abater as dívidas para iniciar um novo consumo. Em novembro, a taxa de endividamento na capital paulista passou para 51,5%, após se manter estável em outubro. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), o número é 3,2 pontos porcentuais menor que o registrado no mês anterior e 5,2 pontos porcentuais inferior ao índice de novembro de 2017. Em termos absolutos, isso significa que 2,02 milhões de famílias possuem algum tipo de dívida.

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A inadimplência também caiu em novembro após permanecer três meses pouco acima dos 20%. Agora, a taxa é de 18,5%, 1,6 ponto porcentual inferior ao visto em outubro e -1,9 ponto porcentual no contraponto anual. Atualmente, 722 mil famílias afirmaram não conseguir quitar suas dívidas na data do vencimento, 62,5 mil a menos que o mês anterior.

A tendência de queda também permeou as famílias que dizem que não terão condições de quitar a dívida em atraso – passou de 9,5% em outubro para 8,7% em novembro, o que significa uma redução de quase 30 mil famílias. Hoje, 342 mil famílias estão nessa situação.

Tipo de dívida

O tipo de dívida mais comum continua sendo o cartão de crédito, com 70,9%, um ponto porcentual abaixo do visto no mês anterior. No segundo lugar estão os carnês (13,5%), seguido por financiamento de carro e financiamento de casa (12,1% cada) e crédito pessoal (10,9%). Nenhum deles também fugiu do que se registrou nesse mesmo período no ano passado.

Apesar de os dados gerais terem apontando para um cenário mais positivo, houve aumento em relação às dívidas superiores a 90 dias. O porcentual foi de 57,2% para o pagamento de mais de três meses, 11,3 pontos porcentuais superior do registrado há um ano. Também houve redução na parcela de atraso no curto prazo, de 24,8% para 19,6% no período de até 30 dias, e de 28,3% para 21,8% no período de 30 a 90 dias.

Sobre o tempo de comprometimento com a dívida (somente o tempo que ela vai precisar quitar esse compromisso), o maior porcentual continua sendo o de longo prazo (por mais de um ano), com 34,6%, e o restante dividido entre 23,6% para até três meses; 20,6% entre três e seis meses; e 18,5% para o período de seis meses a um ano. A média geral ficou igual ao mês anterior (7,3 meses).

A parcela da renda comprometida com a dívida ficou na média de 29%, igual ao mês anterior. Esse número é considerado adequado, pois não compromete de forma expressiva o orçamento doméstico.

Faixa de renda

Na análise por faixa de renda, ambos os grupos pesquisados sofreram queda. Para as famílias com renda de até dez salários mínimos, o endividamento caiu de 58,4% para 55,3%, e a inadimplência passou de 25% para 23,2%.

Para o grupo com renda superior a dez salários mínimos, a situação é relativamente mais confortável: 40,6% de famílias endividadas em novembro contra 44,2% em outubro. Nesse perfil, a inadimplência obteve retração de 8,3% para 7,4%.

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