Negócios
16/03/2018Cooperativas de crédito ganham espaço no Brasil
Instituições financeiras têm taxas mais interessantes que os bancos tradicionais e atraem cada vez mais interessados em poupar e investir
Os cooperados são donos e usuários da cooperativa, na medida em que participam da gestão e fazem uso dos produtos e serviços
(Arte: TUTU)
As cooperativas de crédito têm ganhado espaço ao oferecer a seus associados produtos e serviços semelhantes aos bancos tradicionais, mas com custos menores. O modelo já apresentava sinais de crescimento, mas os efeitos da crise econômica entre 2014 e 2016 auxiliaram a consolidar as operações das cooperativas no mercado financeiro.
A recessão dificultou o acesso ao crédito tanto para pessoas físicas quanto para empresas, e com menos crédito na praça, ficou mais difícil investir e crescer. O desenvolvimento dos negócios das micros, pequenas e médias empresas (PMEs) ficou ameaçado e muitas correram o risco de fechar.
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Para a assessoria técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a postura dos bancos tem a ver com o perfil dessas instituições, que tendem a ser mais conservadoras em épocas de crise.
Por isso, a concessão de empréstimos foi feita com a exigência de garantias praticamente impossíveis de serem cumpridas pelos pequenos negócios. Isso explica porque as carteiras de crédito são concentradas em grandes empresas e grandes negócios.
O crescimento das cooperativas de crédito e a expansão delas no território nacional mostram que elas aproveitaram a janela de oportunidades para fortalecer seus negócios, em especial as concessões às PMEs.
Raio X
As cooperativas são instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus associados. Os cooperados são donos e usuários da cooperativa, na medida em que participam da gestão e fazem uso dos produtos e serviços.
Além de empréstimos e financiamentos, elas possuem serviços como sistema de cobrança, máquina de cartões de crédito e débito, pacote de serviços de conta corrente e aplicações financeiras, entre outros itens. Outro benefício para aqueles que se associarem é o atendimento diferenciado, sempre personalizado.
O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) é formado por cooperativas singulares, que prestam serviços diretamente aos associados; cooperativas centrais ou federações de cooperativas, responsáveis por organizar os serviços econômicos e assistenciais de interesse das filiadas; e confederações de cooperativas, que orientam e coordenam as atividades das filiadas.
Segundo levantamento mais recente feito pelo Banco Central (BC), em dezembro de 2016 havia 1.017 cooperativas singulares, 35 centrais cooperativas, dois bancos cooperativos e quatro confederações em atividade no País.
Existia pelo menos uma cooperativa de crédito singular em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal. A distribuição das sedes pelas regiões concentra-se principalmente no Sudeste e no Sul, com 48% e 31%, respectivamente, das singulares em atividade. O atendimento ao cooperado pode ser realizado tanto na sede da cooperativa quanto em Postos de Atendimento (PAs) e em correspondentes.
O estudo aponta ainda que o número de associados às cooperativas de crédito é crescente, principalmente nos últimos três anos, período em que este indicador subiu mais de 10% ao ano, alcançando a marca de 8,9 milhões de pessoas físicas e jurídicas.
A carteira de crédito é o principal componente do ativo e está concentrada em operações a pessoas físicas, sendo as principais modalidades de crédito empréstimos, financiamentos rurais e agroindustriais, financiamentos e títulos descontados.
Vale lembrar que as movimentações das cooperativas de crédito são seguras, pois têm autorização e supervisão do Banco Central (BC). As cooperativas de crédito se submetem à Lei nº 5.764,3 de 16 de dezembro de 1971; à Lei Complementar n.º 130,4 de 17 de abril de 2009; bem como à legislação do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
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