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Negócios

Crédito precisa chegar imediatamente às mãos das empresas

Em ofícios, FecomercioSP pede que medidas econômicas tenham efeito prático de impedir desemprego em massa e falência geral dos negócios

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Crédito precisa chegar imediatamente às mãos das empresas

Sem uma condição facilitada para se obter crédito, as políticas econômicas de preservação das empresas e dos empregos não terão efeito
(Arte: TUTU)

Neste momento de avanço da crise econômica, a FecomercioSP acredita que é essencial que todos os setores responsáveis pela liberação de recursos para empréstimos e financiamentos estejam agindo de maneira a tornar o ambiente menos prejudicial para os negócios no País.

Em ofícios encaminhados ao Banco Central, ao Tesouro Nacional e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a FecomercioSP reitera a urgência de que todo o crédito liberado pelos órgãos públicos chegue imediatamente aos empresários, tanto para que estes mantenham seus funcionários quanto para que se evite uma falência geral durante e após a crise causada pelo coronavírus.

Banco Central

Em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a FecomercioSP reconhece o esforço da instituição para impedir que a crise atual traga danos mais graves à economia, mas reforça que ações mais expressivas de liberação de recursos financeiros são urgentes no momento.

Agora, apenas a liberação de recursos já existentes por meio dos bancos comerciais não é suficiente. A Federação entende que o BC precisa injetar mais recursos na economia e sugere que o órgão atue como um demandante de títulos públicos, isto é, que compre títulos públicos em circulação no mercado financeiro. Quando o BC faz essa compra, automaticamente está colocando mais dinheiro em circulação na economia e diminuindo a pressão sobre os juros da dívida pública, agindo como um demandante de títulos do Tesouro, o que dá mais fôlego para o mercado de crédito emprestar às empresas e possibilita a implementação de uma política fiscal mais atuante.

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Outro ponto que a FecomercioSP considera importante é a compra de ativos privados pelo Banco Central, de modo que não haja corrosão do patrimônio das empresas na fase de recuperação da economia. Isso não é permitido atualmente, então deve acontecer em caso excepcional e dependerá de um aval do Conselho Monetário Nacional (CMN). Lembrando que a “PEC do Orçamento de Guerra”, que aguarda aprovação no Senado, também prevê essa possibilidade.

O BC é a fonte mais importante de medidas para reprimir o efeito da crise causada pela paralisação imediata da economia. Por isso, não deve medir esforços nesse sentido, pontua a FecomercioSP.

Tesouro Nacional

Em um ofício encaminhado ao secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, a Entidade pede que o órgão disponibilize recursos próprios como garantia para linhas crédito de capital de giro mais acessíveis – e com menor custo ao empresário.

Apenas o aporte de recursos para custeio da folha de pagamento, divulgado há alguns dias, não é suficiente para evitar desemprego e caos nos setores mais impactados.

A FecomercioSP lembra no ofício que é a concessão de crédito para capital de giro das empresas que vai determinar o tamanho da queda da atividade econômica e a velocidade da recuperação.

Além de mais crédito, o Tesouro precisa garantir que esses recursos cheguem imediatamente às mãos dos empresários, sem que estes tenham que lidar com diversas burocracias. No ambiente atual, os bancos estão aumentando o risco embutido nas taxas de juros, impossibilitando o acesso a esse capital.

Essa injeção de crédito na economia é importante para impedir o fechamento dos estabelecimentos de comércio e serviços. Vários Estados já decretaram quarentena para impedir o espalhamento do vírus. Com isso, somente comércios essenciais, como farmácias e supermercados, podem ficar abertos ao público. Não há dinheiro entrando no caixa da grande maioria dos negócios, que permanecem paralisados até o fim da quarentena.

Febraban

A Febraban é a principal entidade representativa do setor bancário brasileiro. Como a distribuição dos recursos para empréstimos e financiamentos passam por essas instituições financeiras, a FecomercioSP solicita à Febraban que seus representados disponibilizem linhas de créditos emergenciais mais rápidas, menos burocráticas e com custos mais acessíveis aos demais setores econômicos. Isso é importante para as empresas terem mais fôlego nesse momento.

A Febraban explica em seu site que mais de 2 milhões de pedidos de renegociação de dívidas estão sendo processados pelos bancos, totalizando cerca de R$ 200 bilhões em negociações. A instituição identifica um aumento substancial nas necessidades por recursos líquidos.

A FecomercioSP novamente reitera que, sem essa condição facilitada para se obter crédito, as políticas econômicas de preservação das empresas e dos empregos não terão efeito.

A Entidade pede que a Febraban demande dos bancos comerciais um esforço ainda maior para não repassarem todo o risco presente neste momento às taxas de juros de empréstimos. Solicita também que liberem prazos mais longos para pagamento.

Se esses recursos chegarem, de fato, às empresas, principalmente aos pequenos e médios negócios, a recuperação será muito mais rápida e consistente.

 
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