Negócios
23/10/2017Crescimento da economia internacional favorece recuperação brasileira
Comércio exterior segue em alta, mas crise política impacta negativamente a retomada da economia
Até setembro deste ano, o volume do comércio exterior brasileiro cresceu 13,8% na comparação com igual período do ano passado
(ARTE/TUTU)
Um fator importante para que o Brasil trilhe o caminho da retomada da atividade econômica é o cenário internacional. O crescimento das economias dos Estados Unidos, da China e da zona do euro aumenta a demanda mundial, permitindo que o Brasil consiga elevar sua participação no comércio internacional.
De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o volume comercial do País com o mundo, somando exportações e importações, atingiu US$ 276 bilhões no acumulado do ano até setembro, resultado 13,8% superior ao registrado no mesmo período de 2016.
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As estimativas indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer em torno de 1% neste ano. Já os Estados Unidos, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), devem crescer por volta de 2,5%, patamar similar também estimado para 2018. Apesar de estar desacelerando, a China, por sua vez, deve crescer 6,6% neste ano e 6,2% em 2018.
Para a economia da zona do euro, a estimativa é de alta de 1,7% neste ano e 1,6% em 2018. Até a Argentina, importante parceiro comercial do Brasil, tem projetado para os próximos três anos uma taxa de crescimento entre 2% e 2,5%.
A média de crescimento mundial ficará próxima a 3,5% em 2017, subindo para 3,6% em 2018, com tendência positiva para o próximo período.
Guardadas as devidas proporções, o cenário atual se assemelha ao que o mundo viveu em meados da década passada, com liquidez mundial e preços de commodities avançando. Entretanto, o Brasil àquela época estava mais bem estruturado, com base forte no tripé econômico – inflação baixa, câmbio flutuante e superávit fiscal.
Essas três condições são fundamentais para que haja confiança e, assim, a economia possa atrair investimentos de longo prazo. Em 2007, por exemplo, o PIB superou os 6%.
Na conjuntura atual, o único fator que está fora de ordem é a questão fiscal. Ainda assim o País consegue aproveitar a onda de crescimento mundial, principalmente por meio das exportações. Contudo, além do déficit nas contas públicas, o quadro político também impacta negativamente a recuperação da economia.
Se não houvesse uma crise política tão grave, a captação de parte da liquidez mundial seria ainda maior, beneficiando as contas públicas e demais indicadores da economia, como a geração de empregos e a distribuição de renda.
De todo modo, esse é um momento de grande importância para a economia global, com reversão da curva de crescimento mundial (conforme mostra o gráfico) e, ainda mais, por haver um elevado interesse de estrangeiros em investir no Brasil
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