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Editorial

Custo de vida na Região Metropolitana aumenta 4,41% no primeiro semestre do ano, aponta FecomercioSP

De acordo com a Entidade, alta nos preços foi impactada principalmente pela elevação de 8,46% no segmento de Saúde

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São Paulo, 03 de agosto de 2016 - O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo subiu 0,34% em junho na comparação com maio, sendo o segmento de Alimentação e bebidas, que possui representatividade média de quase 23% no orçamento das famíliaso maior responsável pelo aumento. Com isso, a alta no custo de vida no primeiro semestre do ano foi de 4,41% e de 9,64% no acumulado dos últimos 12 meses. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

Nos seis primeiros meses de 2016, os setores de Saúde (8,46%) e de Alimentação e bebidas (5,66%) foram os principais motivadores da alta no custo de vida. Em junho, os dois segmentos apresentaram elevação de 0,87% e 1,03%, respectivamente. Outros grupos que também contribuíram para a alta do CVCS em junho foram Habitação (0,47%) e Artigos do lar (0,89%), que também assinalaram elevação em seus preços médios no contraponto com maio. 

As classes E e D foram as que mais sentiram os aumentos nos preços em junho, com altas de 0,72% e 0,68% em seus custos de vida, respectivamente. Essas faixas são justamente as que mais comprometem seu orçamento com alimentação, chegando a representar cerca de 28% do CVCS. Já as classes A e B foram menos impactadas pela alta dos preços e encerraram junho com variação positiva de 0,16% e 0,23%, respectivamente. Para essas duas últimas faixas de rendimento, o peso do segmento de alimentação é, em média, de 17%. 

IPV

Pelo 22º mês consecutivo, o Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou crescimento - já são quase dois anos de altas em produtos que têm peso médio de, aproximadamente, 51,5% para o orçamento das famílias paulistanas. Com tal desempenho, esses itens respondem por cerca de 93% da variação  total do CVCS no mês. Em junho, a alta registrada no IPV foi de 0,62%, ante 0,34% de maio. Em 12 meses, o índice acumula aumento de 10,46%. 

O segmento de Alimentos e bebidas foi o que mais cresceu em junho, com alta de 2,01%. Entre as dez maiores elevações no IPV no mês, nove são de produtos alimentícios: feijão carioca (36%), batata inglesa (10,86%), alface (9,21%), leite longa vida (9,16%), chocolate em barra e bombom (5,95%), melancia (4,12%), salmão (3,85%), ovo de galinha (3,57%) e sardinha (3,56%). No caso dos produtos in natura, segundo a FecomercioSP, as condições climáticas desempenham papel relevante para o desempenho das safras e, consequentemente, para a formação dos preços finais. O clima afetou também a agricultura irrigada, que, por conta dos maiores custos de produção, sofreu desestímulo, e a área plantada diminuiu, migrando para outras lavouras. 

O segundo maior impacto foi registrado no grupo de Artigos de residência, com elevação de 1%. No acumulado dos últimos 12 meses, houve alta de 11,5% no segmento. Os principais aumentos em junho foram observados nos itens móvel para sala (2,18%), cortina (1,50%), flores naturais (1,48%) e roupa de banho (1,41%). 

As mais atingidas pela alta dos preços em junho, com variações de 1,08% e 1,06%, respectivamente, foram as classes E e D. Por outro lado, as classes A (0,11%) e B (0,40%) foram as menos afetadas. 

IPS

O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou aumento de apenas 0,04% em junho, ante a alta de 1,40% em maio. O leve acréscimo foi motivado pelo recuo de segmentos importantes, como Transportes (-1,10%), Alimentação e bebidas (-0,41%), Despesas pessoais (-0,36%) e Artigos de residência (-0,61%). Já os grupos que apresentaram maiores elevações nos preços foram Habitação (0,71%) e Saúde (1,21%). 

As famílias das classes A e E foram as que mais sentiram as altas dos preços de serviços em junho (variações de 0,21% e 0,16%, respectivamente). Por outro lado, as classes C e B foram as que menos sofreram com o avanço dos preços de serviços, com altas, respectivamente, de 0,03% e 0,07% no mês. 

Segundo a FecomercioSP, na primeira metade de 2016, os preços na Região Metropolitana  têm se mantido com uma tendência de alta, que gradativamente dá sinais de trégua, especialmente por conta do aumento na dispersão de quedas em todos indicadores envolvidos (IPV e IPS). 

Os preços dos alimentos (especialmente os in natura e os derivados lácteos), de acordo com a Entidade, ainda podem se elevar por conta da queda das temperaturas e da ocorrência de chuvas em algumas regiões. Mesmo havendo uma sinalização de que as altas deverão ser mais modestas na segunda metade do ano deve-se destacar a alta representatividade deste grupo, que compromete cerca de um quarto do orçamento doméstico. 

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV 181 produtos de consumo. 

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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