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29/01/2019Custo de vida na região metropolitana de São Paulo fecha 2018 em alta
De acordo com a FecomercioSP, após decréscimo de 0,36% em novembro, indicador voltou a subir em dezembro
São Paulo, 29 de janeiro de 2019 – Após queda em novembro (-0,36%), o custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,20% em dezembro. Com esse resultado, o indicador encerrou o ano com alta de 3,34%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Entre as nove categorias que compõem o indicador, duas sofreram variações negativas em dezembro: saúde e cuidados pessoais (-0,05%) e comunicação (-0,03%). Por outro lado, o segmento de transporte foi o principal responsável pela aceleração do custo de vida no último mês do ano, com alta de 0,32%. Em 2018, o grupo acumulou variação positiva de 3,4%. Do subgrupo, o item que apontou a maior alta foi passagem aérea (34,08%).
O segmento de vestuário também influenciou o indicador, com elevação de 0,85%. No acumulado de 2018, apontou alta de 0,37%. O resultado de dezembro foi impulsionado pelo aumento de 3,84% das roupas femininas. Artigos do lar também favoreceu a alta do CVCS no mês, com elevação de 0,76% em dezembro. Entretanto, depois de vestuário, o grupo atingiu no acumulado do ano a terceira menor variação entre todos os demais que integram a CVCS (0,69%).
Na segmentação por renda, as classes D e E foram as que mais sentiram o aumento dos preços em dezembro, encerrando o mês com altas de 0,44% e 0,48%, respectivamente. As classes A e B foram as que menos sentiram as altas em dezembro, encerrando o mês com variações positivas de 0,08% e 0,14%, respectivamente.
IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou queda de 0,12%. Contudo, em 2018, encerrou o ano com elevação acumulada de 2,55%. No contraponto anual, houve uma leve aceleração dos preços, visto que em 2017 o segmento havia acumulado alta de 1,99%. Ainda assim, o resultado foi inferior aos 6,34% registrados em 2016.
Dos oito segmentos que compõem o IPV, dois encerraram o mês com queda em seus preços médios no comparativo com novembro: transporte (-1,66%) e saúde e cuidados pessoais (-0,67%). O resultado do segmento de transporte foi influenciado pelas baixas dos preços médios da gasolina (-4,25%), do óleo diesel (-3,88%) e do etanol (-3,50%).
Por outro lado, alimentos e bebidas sinalizaram preços mais elevados em dezembro, alta de 0,52%. Em 2018, o grupo acumulou variação positiva de 5,91%. Os subgrupos que mais impulsionaram a alta do indicador foram: carnes (2,99%) e cereais, leguminosas e oleaginosas (3,23%), este último, especificamente, oriundo da alta de 16,96% do feijão-carioca.
Vestuário também apontou preços mais altos em dezembro (0,85%). No acumulado de 2018, o aumento ficou em 0,37%. As atividades habitação (0,95%), artigos de residência (0,79%), despesas pessoais (0,20%) e educação (2,96%) também apresentaram variação positiva em seu indicador.
Na segmentação do IPV por faixa de renda, a classe B foi a mais prejudicada, com variação positiva de 0,05%. Já para a classe A, o IPV apontou decréscimo de 0,16%.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) subiu pelo quarto mês consecutivo, com aumento de 0,54% em dezembro. No acumulado de 2018, os serviços obtiveram variação positiva de 4,17%. Em 2017, a alta havia sido de 5,8%.
Dos oito segmentos que compõem o IPS, três sofreram queda: alimentação e bebidas (-0,55%) habitação (-0,21%) e comunicação (-0,03%).
Por outro lado, o segmento de transporte foi o principal a puxar a alta dos preços, com aumento de 3,84% em dezembro. Em 2018, o setor apontou acréscimo de 3,66%. Os itens que impulsionaram a alta foram passagens aéreas (34,08%) e ônibus interestadual (6,69%).
Na segmentação do IPS por faixa de renda, as classes A e B foram as que menos sentiram as variações, com altas de 0,30% e 0,23%, respectivamente. Já para as classes E e D, os acréscimos foram maiores: 1,21% e 1,26%, consecutivamente.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o custo de vida na região metropolitana de São Paulo se manteve controlado ao longo do ano passado, com pressões em grupos isolados como alimentação e bebidas, habitação e transporte – visto que esses segmentos são muito importantes no orçamento familiar e ainda comprometem o poder de compra.
Segundo a Entidade, os preços devem iniciar o ano contando com uma tendência de alta oriunda do segmento de transporte, em virtude dos reajustes nas passagens do transporte público ocorrida agora, em janeiro. Mas em fevereiro, o setor de educação deve puxar a alta do custo de vida, como ocorreu em anos anteriores.
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.
As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,23 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.