Economia
26/10/2017Custo de vida na região metropolitana de São Paulo sobe 0,36% em setembro
Segundo pesquisa da FecomercioSP, maior alta do mês foi originária da atividade de Transportes (1,60%), que compromete, em média, 21% do orçamento familiar
Custo de vida oscila em patamares muito mais moderados do que nos anos anteriores; isso garante restrição orçamentária menor para as famílias brasileiras
(Arte: TUTU)
Os preços dos produtos e serviços na região metropolitana de São Paulo (RMSP) subiram 0,36% em setembro, ante a variação de 0,39% registrada em agosto. Com esse desempenho, o indicador acumulou alta de 2,09% nos nove meses de 2017, um porcentual bastante abaixo dos 5,39% apurados no mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador subiu 3,25%, sendo que em setembro de 2016, a alta era de 8,57% - entre outubro de 2015 e setembro de 2016. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Entre os nove grupos analisados, somente dois apontaram variação negativa de preços no período: Alimentação e bebidas (-0,07%) e Habitação (-0,59%). Ainda que a dispersão de queda entre os grupos tenha diminuído nos últimos três meses, vale ressaltar que as duas categorias que registraram queda nos preços em setembro comprometem, somadas, cerca de 40% do orçamento familiar.
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O segmento de Transportes apresentou a principal contribuição de alta para o medidor do custo de vida em setembro na RMSP, encerrando o mês com elevação de 1,6%, com representatividade de pouco mais de 21% da ponderação do CVCS. O setor de Despesas pessoais exibiu aumento de 0,82%, e os preços de Vestuário cresceram 0,73% em relação ao mês anterior.
As classes E e D foram as que mais sentiram os aumentos nos preços em agosto, com altas de 0,40% e 0,41%, respectivamente, em seus custos de vida. Já as classes A e B foram menos impactadas pela alta dos preços e encerraram o mês com variações positivas de 0,17% e 0,32%, respectivamente.
IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou alta de 0,28% em setembro ante o avanço de 0,59% observado no mês anterior. No acumulado dos nove meses deste ano, o indicador registrou variação média de 0,05% muito inferior à notada no mesmo período do ano anterior, que atingia 0,65%. No acumulado dos últimos 12 meses, verificou-se alta de 0,82%. O IPV é composto por oito grupos, e, em setembro, dois apresentaram recuo em seus preços médios: Alimentação e bebidas (-0,33%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,47%).
Novamente, o grupo Transportes (0,75%) foi o principal responsável pela alta do medidor dos preços dos produtos no varejo. Em 2017, o grupo acumulou alta real de preços de 0,73%, e nos últimos 12 meses, atingiu alta de 3,19%. Os produtos que integram o subgrupo veículo próprio apontaram queda de 0,55%, enquanto os preços do subgrupo combustíveis registraram aumento de 1,91%, com destaque para os seguintes itens: óleo diesel (3,01%), gasolina (2,39%) e etanol (1,03%). Parte significativa do aumento nos combustíveis se deu em razão de um reajuste feito pela Petrobras, impactado pelo cenário externo, com o fechamento de refinarias norte-americanas, em decorrência de recentes furacões nos EUA.
Ainda de acordo com a pesquisa da Entidade, a segunda maior pressão de alta de preços no varejo foi da atividade de Vestuário (0,73%), que havia registrado alta de 0,49% em agosto. Com a chegada da primavera e a entrada da nova coleção nas lojas, é natural que esse movimento nos preços do segmento que acumule alta de 3,34% no ano e 3,38% nos últimos 12 meses.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) assinalou aumento, passando de uma alta de 0,18% em agosto para 0,46% em setembro. O indicador acumulou altas de 5,88% nos últimos 12 meses e de 3,83% de janeiro a agosto de 2017.
A alta foi causada pelo aumento nos preços dos segmentos de Transportes (3,11%), Saúde e cuidados pessoais (0,81%) e Alimentação e bebidas (0,32%). Em setembro, somente o setor de Habitação assinalou queda em seus preços: -1%.
Segundo a FecomercioSP, o custo de vida ainda oscila em patamares muito mais moderados do que nos anos anteriores, e apenas isso já garante uma restrição orçamentária muito menor para as famílias brasileiras. Para os especialistas da Federação, a desaceleração dos preços observada não é fruto de uma demanda fraca, especialmente porque as baixas mais relevantes de preços são em produtos que possuem alta relevância na cesta de compras das famílias, como a alimentação.
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