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Sustentabilidade

Custo e desconhecimento retardam vendas de telha ecológica

Ainda pouco conhecida, cobertura já registra 15% de expansão anual no faturamento de grande rede varejista

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Custo e desconhecimento retardam vendas de telha ecológica

As telhas ecológicas são mais resistentes e menos agressivas ao meio ambiente
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

A telha ecológica está ganhando espaço no mercado de materiais de construção. Fabricada com base em fibras vegetais ou materiais reciclados – como caixas Tetra Pak e tubos de creme dental –, são mais resistentes e menos agressivas ao meio ambiente. Mas tais vantagens ainda são desconhecidas para boa parte do público, que precisa lidar com outro fator contrário: o preço mais alto que o de uma telha convencional.  O resultado é a conquista do mercado de forma sutil.

“A falta de conhecimento do público quanto à qualidade a médio e longo prazos é um desafio”, diz o gerente comercial da loja da rede Leroy Merlin na região de Interlagos, em São Paulo, Luiz Carlos Lima Alves. O estabelecimento oferece a telha de fibra vegetal da marca Onduline e contabiliza, desde 2013, alta de 15% ao ano na comercialização. “Também registramos que, do total de telhas adquiridas pelo cliente, 15% são ecológicas.”

Para alavancar os números, Alves aumenta a visibilidade do produto e oferece cursos técnicos para os funcionários que os habilitam a, na hora da venda, enfatizar a segurança do item.

Preço

Na opinião do gerente comercial da rede de materiais para construção Telhadão & Cia., César Perassolli, o preço mais alto é o que mais interfere negativamente. “Há interesse, mas as dificuldades dos fabricantes com as matérias-primas ecológicas elevam os preços.”

O Telhadão & Cia. também comercializa telhas de fibras vegetais da Onduline, que respondem por 5% do total do catálogo. O modelo fabricado com tubo de creme dental alcança 1%.

Agronegócio incrementa demanda

Segundo o gerente comercial José Carlos Paludetto Junqueira, da empresa Ecopak, que fabrica e comercializa telhas feitas com plástico e alumínio retirados de caixinhas Tetra Pak, nos últimos dois anos as vendas cresceram 40%. Para Junqueira, o incremento se deve ao agronegócio.

Junqueira explica que as telhas ecológicas têm qualidade térmica, ou seja, ajudam a manter os ambientes frescos. Embora o produto seja mais caro que o similar convencional, é mais barato do que os concorrentes térmicos.

 “A perspectiva é que, mesmo com a crise financeira, as vendas continuem crescendo para esse segmento, uma vez que amenizar a temperatura para os animais é uma necessidade, ao passo que a construção civil é mais impactada pela economia e busca a redução de custos.”

Protótipo será apresentado a empresas

Os benefícios para o meio ambiente e a eficiência das telhas sustentáveis levaram o professor João de Almeida Melo Filho, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a desenvolver um exemplar com fibras de juta e malva da Amazônia.

Iniciado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o projeto contou com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, que destinou R$ 50 mil para a produção das telhas. “Posteriormente, a ideia é apresentá-las às empresas para despertar mais interesse no mercado”, afirma o professor.

Além de usar fibra vegetal, o produto tem 25% menos cimento, além de livre de amianto, substância prejudicial à saúde humana, e de substâncias sintéticas, cuja fabricação encarece os gastos com energia elétrica.

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