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Editorial

Dados mostram a fotografia da economia brasileira em 2021 e as perspectivas para 2022

A última semana foi decisiva para fechar alguns dados agregados da economia brasileira; entenda

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Dados mostram a fotografia da economia brasileira em 2021 e as perspectivas para 2022

Alguns setores sofreram também com o adiantamento de compras, como o e-commerce, na pandemia
(Arte: TUTU)

Por André Sacconato*

O desempenho fechado de comércio, serviços e inflação ao consumidor no ano passado foi revelado, mostrando um período muito confuso e ainda influenciado pela pandemia. As informações consolidadas trazem algumas características que podem oferecer uma boa definição do desempenho econômico do ano que passou.

O comércio, que cresceu 1,4% no ano, teve uma trajetória bem clara: primeiro semestre com alta forte e significativa, que foi perdendo força e mostrou, apesar da alta em dezembro, um segundo semestre bem fraco. Tivemos alta de 6,7% no primeiro semestre, contra queda de 3% no segundo.

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As causas já são bem sabidas: um mercado de trabalho que, apesar de revelar mais gente empregada, ainda vê queda da renda real e da qualidade de empregos; uma inflação que foi crescendo ao longo do ano e, consequentemente, levou o Banco Central (Bacen) a aumentar a taxa de juros. Sem renda, com crédito mais escasso e custo nas alturas, o consumidor foi obrigado a diminuir o consumo.

Alguns setores sofreram também com o adiantamento de compras, principalmente o e-commerce, durante a pandemia, com móveis e utensílios domésticos e supermercados, que, na quarentena, tiveram taxas muito positivas.

Já combustíveis e lubrificantes, que, além da falta de mobilidade, sofreram com os constantes aumentos de preços, foram outro exemplo de queda no ano. Um possível outro fator é a disputa de recursos com serviços, os quais, com a eliminação de restrições da crise sanitária, começaram a ter resultados mais expressivos.

Falando em serviços, o crescimento de 2021 foi bem expressivo: de 10,9%, após queda de 7,8%, em 2020. O setor teve um comportamento um pouco distinto. Com a diminuição das restrições da pandemia, conseguiu se desgarrar das sucessivas quedas – e ainda tem um caminho positivo a trilhar.

Vale lembrar que é possível ter um número pior em janeiro, pois a variante ômicron atingiu seu auge no período, mas ainda tem muito para recuperar, principalmente no turismo.

A maior parte da recuperação de 2021 se deu por demanda de empresas, principalmente no setor de Tecnologia da Informação (TI) e nos serviços de informática.

Apesar do espaço para a recuperação do turismo, a perda de poder aquisitivo da população deve direcionar mais recursos a bens essenciais, deixando o segmento um pouco menos dinâmico. Além disso, a taxa de juros encarece demais o custo do parcelamento, muito usado no Brasil para o setor.

E, finalmente, tivemos o número da inflação de janeiro, que ficou em 0,56%. O índice oficial, o IPCA, ficou maior do que o de janeiro do ano passado, elevando a taxa em 12 meses. Como já disse o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, só podemos conferir uma queda mais significativa em maio.

Alimentos puxaram o índice para cima, mas não dá para esperar que este movimento vá continuar durante todo o ano. Assim, devemos ter uma taxa menor em 2022, mas o suficiente para manter os juros no alto por um bom tempo.

Em suma, pelo cenário, mesmo que haja uma ligeira recuperação do turismo, 2022 não será um grande ano: eleições, juros, mercado de trabalho fraco e inflação devem levar a um crescimento módico, próximo de zero.

Ajudaria se tivéssemos o compromisso dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais com as reformas e a responsabilidade fiscal, o que não se vê até agora. Esperemos que, ao longo dos próximos meses, isso mude.

Saiba mais sobre o Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP).

*André Sacconato é economista, consultor da FecomercioSP e integrante do CEEP.
Artigo originalmente publicado no Portal Contábeis em 18 de fevereiro de 2022.

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