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Sustentabilidade

Decoração sustentável de loja vai além dos produtos ecológicos

Planejamento é etapa fundamental para viabilizar aproveitamento adequado do espaço e dos materiais

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Decoração sustentável de loja vai além dos produtos ecológicos

Lojas podem adquirir móveis feitos de madeira de paletes, caixotes de feira ou de reflorestamento
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis 

Assim como tem sido observado no mercado da construção civil, a área do design de interiores também aposta em escolhas mais sustentáveis. Segundo especialistas, os trabalhos que prezam por alternativas conscientes ainda são exceção, principalmente para criação dos projetos arquitetônicos e decoração de estabelecimentos do varejo. Porém, a perspectiva é que ganhem espaço nos próximos anos.

 “Primeiramente é preciso entender que um projeto que visa à sustentabilidade engloba a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, a qualidade de vida dos funcionários e a redução de impactos no meio ambiente”, ressalta a designer de interiores Erika Karpuk, proprietária do Estúdio Dekor, especializado em soluções sustentáveis.

A docente do curso técnico de Design de Interiores do Senac Santa Cecília, Elaine Regina Alberico, comenta que também é imprescindível a execução cuidadosa das instalações propostas no projeto, para evitar desperdícios. 

Decoração consciente

Depois da compreensão das características do comércio que funcionará no local, Erika diz que, entre os critérios fundamentais para desenvolver um projeto, está a pesquisa sobre a matéria-prima dos produtos e instalações – elétricas, por exemplo – que não gerem tantos resíduos em caso de mudanças ou reformas.

O comerciante que quiser uma loja com decoração sustentável deve ter em mente que a questão não é essencialmente a escolha por um produto “verde”. “Por exemplo, entre instalar um vidro reciclado e não instalar o vidro em um determinado local da loja, a segunda alternativa é a menos impactante, ainda que a primeira tenha o conceito de sustentabilidade”, explica Erika.

Redução de descarte

Para se ter ideia da importância de evitar gerar resíduos, alguns dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2014 da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) servem de alerta. A estimativa é que cerca de 122 mil toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD) sejam coletadas no Brasil todos os dias, sendo que, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon), 2/3 destas são geradas pelas pequenas construções e obras de reformas.

Na opinião da assessora do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, Cristiane Cortez, falta maior difusão de informações entre os comerciantes: “Quando se vai abrir ou reformar uma loja, é raro haver essa preocupação, mesmo por parte de varejistas que já praticam ações sustentáveis. Trata-se de uma questão de falarmos mais do assunto.” 

Alternativas

No vasto universo de opções para escolhas mais corretas, Erika lista algumas, como forrar um móvel ao invés de trocar por um novo, optar por pisos que permitam a sobreposição em caso de substituição – o que evitaria o descarte –, uso de granito com pedras recicladas, pintura com tinta à base de água – que não contém solvente –, além de tecidos fabricados a partir de restos de outros e fibra de garrafa PET para forrar estofados.

“Para alguns perfis de projetos, com mobiliário e prateleiras feitas com caixotes de feira e paletes, é possível desenvolver um ambiente interessante para uma loja”, diz Erika, que também sugere soluções atemporais, para evitar a necessidade de reformas em curto espaço de tempo.

Para os comerciantes que preferem itens mais tradicionais também há alternativa. “Nesse caso, é indicado mobiliário que utiliza madeira de reflorestamento ou fabricado a partir de madeira da construção”, afirma Elaine.

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