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Sustentabilidade

Ecotinta alia benefício ecológico e econômico

Finalista do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade desenvolve ecotinta a partir de resíduos

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Ecotinta alia benefício ecológico e econômico

Reutilizar resíduos e desenvolver produtos comercialmente viáveis. Foram estes princípios que nortearam a fundação da GED Inovação Engenharia e Tecnologia pelo engenheiro Gabriel Estevam Domingos. Pesquisador premiado na área de sustentabilidade, o jovem de apenas 26 anos criou a empresa em 2011, com a missão de colocar em prática os projetos que lhe geraram reconhecimento nacional e internacional. 

Entre os produtos desenvolvidos pela companhia está a ecotinta, uma tinta acrílica feita a partir de um resíduo gerado pelas indústrias de fertilizantes, o fosfogesso. O Brasil produz cerca de 4,5 milhões de toneladas do composto por ano, sendo que grande parte dele é depositado no meio ambiente sem qualquer tratamento, o que pode ocasionar contaminações no ar, no solo e nas águas subterrâneas. O problema do descarte não é apenas brasileiro. “A produção de fosfogesso é um problema mundial. O Japão, por exemplo, despeja o resíduo no mar. Na Holanda, o governo até suspendeu a produção de fertilizantes, porque não existem mais áreas para estocagem de fosfogesso”, explica Domingos.

Dessa forma, com a abundância do resíduo, o pesquisador resolveu investir na produção das tintas utilizando o fosfogesso como matéria-prima. A inspiração para a criação do produto veio da própria cidade onde mora, Cubatão, município do Estado de São Paulo, onde estão localizadas as principais fábricas que geram o material. Na 4ª edição do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, o projeto é finalista na categoria Microempresa.

Além do benefício ecológico, a ecotinta possui um caráter econômico. Estudos da GED Inovação mostram que a matéria-prima necessária para a produção de 18 litros da tinta sustentável custa R$ 31,34, já considerando uma margem de lucro de 40%, enquanto que a mesma quantidade de uma tinta convencional chega a ser comercializada por R$ 184. Apesar destas características positivas, a produção da tinta enfrenta algumas dificuldades para entrar no mercado, já que precisa de certificação. “O maior empecilho para comercializar são os processos demorados e burocráticos que estamos passando junto a órgãos regulamentadores que certificam a qualidade e a segurança do produto”, diz.

Os projetos sustentáveis da GED Inovação não terminam por aí. A empresa também produz a ração Susten, criada a partir de insumos da atividade pesqueira, projeto que, inclusive, garantiu ao pesquisador a vitória no 3º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade na categoria estudante.

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