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Negócios

Eduardo Kobra sonha pintar colunas do Museu de Arte de São Paulo

Em entrevista à revista C&S, o artista plástico falou sobre sua trajetória e a forma como conduz seu trabalho

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Eduardo Kobra sonha pintar colunas do Museu de Arte de São Paulo

Com informações de Lúcia Camargo

Autodidata, o artista plástico Eduardo Kobra se define como “muralista”, título que conquistou depois de fazer centenas de painéis e muros. Além de São Paulo, suas obras podem ser vistas em Brasília, Recife, Nova York, Miami, Tóquio, Moscou e Dubai.

Entre os temas preferidos do artista estão a luta pela paz e a preservação da memória e da natureza, com especial atenção para o combate à crueldade contra os animais. Kobra, com 39 anos, pinta desde os 12 anos e diz ter perdido a conta dos trabalhos feitos.

Só em São Paulo há cerca de 50 murais públicos. Kobra guarda ainda em um arquivo pessoal cerca de três mil fotos de obras espalhadas pelo planeta. Todas contêm significados que vão além do visual. “Não faço nada só pela estética”, diz. De painel em painel, vai dando seus recados.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista de Kobra à revista C&S:

Como surgem as ideias para os murais?
Todas as ideias começam em um bloco de anotações. Episódios cotidianos me inspiram e vou guardando. Depois, viram desenhos. De um caderno com 500 deles, apenas alguns vão parar no muro.

Quais são os critérios para escolher aqueles que vão para os muros?
Depende do espaço e da localização. Às vezes, surge a oportunidade de pintar em algum lugar e não tenho nenhum desenho que sirva. O mural precisa dialogar com o local no qual será pintado.

Como é o processo de criar um mural? Você procura o lugar ou aceita encomendas?
Acontece de duas maneiras. Mas, frequentemente, eu encontro um local interessante e vou atrás das autorizações para pintar. Faço porque tenho vontade de ter um mural em determinado lugar. Foi assim com Sem Rodeio, feito dentro do Projeto Greenpincel, pintado na Avenida Faria Lima. O painel é contra a exploração de animais em rodeios. Uso a arte para defender ideias que julgo corretas.

Como consegue isso? Qual é a sua fonte de renda?
A venda de obras, por galerias na Europa e nos Estados Unidos, possibilita viver e tocar projetos que me deem apenas satisfação. No Brasil, decidi não trabalhar com nenhuma galeria.

Você topa fazer murais com patrocínio apenas quando acredita naquilo que a pessoa prega? Como foi o convite para trabalhar na campanha de Hillary Clinton?
De certa forma. Talvez eu não fizesse para outro candidato. Fui convidado, juntamente com outros três artistas: um do Japão, outro da América Latina e um americano, para fazer o design de um retrato, no estilo feito pelo Shepard Fairey para a campanha do Obama. Já entreguei, mas ainda não foi divulgado. Só posso mostrar depois que eles lançarem.

Qual é o painel que sonha pintar?
Gostaria de pintar as colunas vermelhas do Masp. É um local emblemático para os paulistanos. Faria nelas um painel, talvez em 3D, mesmo que fosse temporário. Depois de três, quatro meses, voltariam à cor original.

E seus próximos projetos?
Nos próximos meses, nos EUA, faremos dois murais em Palm Beach, um deles com Shakespeare na fachada de um hotel centenário. Também na Flórida, em Sarasota, participaremos de um festival de pinturas em 3D no piso. E queremos ainda fazer, em breve, uma série de dez murais em Nova York, sobre a história da cidade.

Veja a entrevista na íntegra.

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