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Negócios

Em reunião na FecomercioSP, ministro do Comércio de Portugal diz esperar avanço do acordo entre UE e Mercosul

Representantes da Federação e delegação portuguesa discutiram internacionalização de empresas diante das negociações entre os dois blocos

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Em reunião na FecomercioSP, ministro do Comércio de Portugal diz esperar avanço do acordo entre UE e Mercosul

Ministro do Comércio de Portugal, Paulo Alexandre Ferreira (à direita), e cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço, em reunião na FecomercioSP
(Foto: Eugenio Goulart/ Perspectiva)

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP) recebeu, nesta quarta-feira (14), o ministro do Comércio de Portugal, Paulo Alexandre Ferreira, para discutir o bom momento das relações comerciais entre os dois países e a internacionalização de empresas diante das negociações comerciais entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

“O acordo UE-Mercosul é muito importante para Portugal pela dimensão e pelo potencial de mercado do Brasil e de todo o bloco sul-americano. Nosso primeiro-ministro, António Costa, reiterou recentemente seu apoio ao acordo. Sinto que é possível avançar”, afirmou o ministro português.

“Do lado brasileiro”, prosseguiu Paulo Alexandre Ferreira, “o acordo abrirá o mercado em termos de quantidade e qualidade, uma vez que a Europa é uma região economicamente tida como previsível. Isso também é motivação para fechar um acordo”.

O ministro ressaltou ainda a relevância do papel de entidades com a FecomercioSP no sentido de transmitir a mensagem dos impactos positivos de acordos como esse sobre a economia em médio e longo prazos. “É importante essa comunicação para ajudar governos a serem ativos nesse sentido.”

Durante o encontro, o vice-presidente e coordenador da Comissão de Relações Internacionais da FecomercioSP, Rubens Medrano, destacou que, após um longo período, o Brasil voltou a buscar uma maior inserção internacional não só em termos de comércio, mas também de participação em fóruns e órgãos internacionais, e nesse contexto, Portugal é um parceiro estratégico. “Estamos na mesma linha de pensamentos. Elegemos Portugal como nosso grande aliado pelas relações históricas, facilidade da língua e posição geográfica.”

“A FecomercioSP, por representar os setores de comércio e serviços – pauta importante em qualquer agenda internacional –, trabalha pela capacitação das empresas para lidar com processos de internacionalização”, completou Medrano. Em sintonia com o vice-presidente da FecomercioSP, o ministro português afirmou que seu país tem a mesma preocupação com o empresariado. “Portugal criou comissões e implementou políticas nesse sentido, ampliando o contato com empresários para conhecer suas dificuldades”, disse Paulo Alexandre Ferreira.

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Cenários econômico e político

Durante a reunião, o Prof. Dr. Antonio Lanzana, presidente do Conselho de Economia, Sociologia e Política da FecomercioSP – Núcleo Economia, destacou o processo de recuperação da economia brasileira. “Temos algumas análises que mostram que estamos entrando em um período de crescimento sustentado”, afirmou, trazendo dados referentes a inflação, PIB, taxa de juros além do quadro confortável de reservas internacionais. Lanzana também ressaltou algumas mudanças importantes na condução da política econômica, tais como a utilização do câmbio como instrumento de equilíbrio externo e não de combate à inflação; a aprovação da PEC do teto dos gastos públicos e da Lei de Terceirização; a Reforma Trabalhista; a reestruturação da Petrobras; o lançamento do programa de privatizações e concessões; entre outras reformas.

Paulo Delgado, presidente do Conselho de Economia, Sociologia e Política da FecomercioSP – Núcleo Sociologia e Política, traçou o panorama político trazendo à tona desafios como “a dispersão do centro político, o ativismo do Poder Judiciário e a iIusão do distributivismo social”, mas apontou que o País está tomando um rumo melhor. “O Brasil começa a entender a importância de se criar um Estado de bem-estar social sustentável que possa passar de um governo a outro. Além disso, com o fenômeno novo das investigações políticas, o País vive um sentimento de ‘purificação’, de que a irresponsabilidade pública pode ser detida”, acrescentou Delgado. “De um país fechado e protecionista, estamos caminhando para uma nação mais cooperativa, que pretende atuar no mercado internacional como parceiro”, concluiu.

Reformas Trabalhista e Tributária

O vice-presidente da FecomercioSP, Ivo Dall’Acqua Júnior, enfatizou a importância da Reforma Trabalhista nas relações entre empresas e funcionários. “O Brasil, pela sua extensão, tem atividades econômicas muito diversas, mas a lei era igual para todos, não se permitia uma diferenciação adequada de tratamento entre os variados tipos de empresas e também de contratos de trabalho. Agora, no período final das adaptações, muita coisa positiva já pode ser notada”, avaliou Dall’Acqua.

O presidente do Conselho de Assuntos Tributários da FecomercioSP, Márcio Olívio Fernandes da Costa, destacou que “ainda que o sistema tributário não tenha tido a reforma efetivamente, ela vem sendo fatiada e praticada aos poucos pelas necessidades da sociedade”. “O Brasil é fechado, mas a demanda empresarial obriga o governo a fazer esses avanços”, concluiu Fernandes da Costa.

Reaproximação

O primeiro-vice-presidente da Federação, Euclides Carli, também comentou o bom momento entre Portugal e Brasil e as possiblidades de estreitamentos nas relações comerciais – corroborado pelo cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço. “Este momento de reaproximação do Brasil com o exterior é um momento tão importante para o País quanto para seus parceiros comerciais. Como porta de entrada para a Europa, Portugal pode ser aliado importante do Brasil nesse movimento. Há uma conjugação de fatores favoráveis”, analisou Lourenço. Ele informou que há um número cada vez maior de brasileiros com cidadania portuguesa, e que muitos dos vistos que o consulado emite são justamente para empreendedores brasileiros.

Também estiveram presentes os assessores econômicos da FecomercioSP Thiago Carvalho e Kelly Carvalho; Natália Tafarello Mortaio, representando a Fecomercio Internacional; Antonio Carlos Abbatepaolo, da superintendência da Federação; a diretora-geral de Atividades Econômicas de Portugal, Fernanda Ferreira Dias; o diretor do Aicep Brasil, Fernando Carvalho; o cônsul-geral-adjunto, Hugo Gravanita; e o diretor-geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Domingos Meirelles.

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