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Negócios

Empresa também pode diversificar investimentos em corretoras

Com cenário econômico apontando para baixo crescimento em 2019, empresário pode ganhar com retorno de venda fixa e variável; entenda ainda a diferença entre investir em um banco e em uma corretora

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Empresa também pode diversificar investimentos em corretoras

A FecomercioSP aponta que o empresário pode ter uma visão estratégica do ambiente de negócios ao comparar a rentabilidade do investimento financeiro com o retorno de um reinvestimento direto
(Arte/Tutu)

O atraso nos planos do governo quanto à aprovação da Reforma da Previdência fez com que investidores e empresários reavaliassem a estimativa de crescimento do País para este ano. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, que mede a expectativa do mercado em relação aos índices de inflação e juros, os números que tratam do avanço do PIB estão caindo de forma constante: há quatro semanas, era esperado um crescimento de quase 2%; agora, essa avaliação é de 1,49%.

O governo espera economizar algo em torno de R$ 1 trilhão em dez anos com a reforma. Então, a mudança é esperada uma vez que aponta um novo direcionamento para a trajetória das contas públicas, atualmente em déficit tido como 1,35% do PIB deste ano, porcentagem que também está aumentando na estimativa do mercado.

O PIB cresce quando pessoas consomem e empresas reinvestem diretamente em seu negócio, o que aumenta a produção. Se a tendência é de queda nas projeções, as empresas, assim como pessoas físicas, podem buscar aplicar os recursos também em ativos financeiros, isto é, abrir mão da utilização instantânea em troca de rentabilidade no futuro. Mas é necessário considerar o ambiente econômico e a sustentabilidade financeira da organização. Quanto menor a confiança do empresário, menor a probabilidade de que a escolha recaia sobre reinvestir os recursos no próprio negócio. Ele tende a optar por aplicações financeiras, independentemente se forem de renda fixa ou variável.

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A decisão de investimento de uma empresa leva em conta o que será feito com os recursos em caixa. A recomendação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é de que, além da expectativa em relação ao crescimento econômico do País, alguns pontos sejam incluídos nessa análise: qual é o retorno esperado do investimento e se é possível resgatar esses recursos em médio e longo prazo ou se a organização precisará dispor dessa quantia novamente no curto prazo.

A Entidade aponta que o empresário pode ter uma visão estratégica do ambiente de negócios ao comparar também essa rentabilidade do investimento financeiro com o retorno de um reinvestimento direto na operação da empresa, seja em aquisição de máquinas, veículos, contratações, etc.

Segundo a Federação, apesar das revisões para baixo das perspectivas de PIB e de atividade econômica em geral, essa recente frustração pode ser passageira, porque a tendência é de aprovação da Reforma da Previdência, ainda que um pouco desidratada e com certo atraso. Isso irá depender do cenário político, enfatiza a FecomercioSP, pois há um grau de incerteza e também uma espera pela aprovação de outras reformas que melhorem a atividade administrativa das empresas.

Corretoras

A empresa que decide investir fora de bancos comerciais pode pensar na estratégia financeira de ampliação de investimentos na busca de maximizar a rentabilidade com risco baixo, com uma carteira de ativos, por exemplo.

Mas é bom ir por partes. Segundo o especialista em gestão financeira Victor Lavagnini Barboza, um dos primeiros objetivos para a empresa que quer investir é o de obter uma reserva de emergência, por meio de um investimento mais conservador e que seja fácil de resgatar. Assim, a empresa deve calcular qual o tamanho dessa reserva.

Ele diz que, para uma empresa iniciante nos investimentos, é importante começar com os ativos de menor risco. “Eles formarão uma carteira com baixíssimas chances de perda e de fácil resgate (alta liquidez), que servirá para eventuais emergências". Ele explica que as empresas que já possuem essa reserva de emergência, podem começar a considerar aumentar o risco de suas carteiras, buscando justamente alcançar maior rentabilidade. “Vale lembrar que, nestes casos, é interessante que os objetivos atrelados a estes investimentos sejam de maior prazo, o que dilui o risco”, ressalta.

Na análise estratégica de investimentos, a empresa deve considerar que os bancos podem garantir uma série de benefícios, como isenções, descontos, ou até mesmo facilidade na contratação de empréstimos caso a organização tenha uma quantia concentrada nessa instituição, mas os ativos – como Caderneta de Poupança e CDBs –, geralmente têm rentabilidade baixa. Também precisa verificar se há necessidade imediata da disponibilidade de recursos para pagamentos e transferências diárias, ou dificuldade no fluxo de caixa do dia a dia, que complicariam a logística financeira dessa mudança.

Ainda que pareçam similares, aponta a FecomercioSP, há possibilidade de a organização encontrar produtos com rentabilidade mais alta, além de essa concorrência ser benéfica à empresa, que pode barganhar por redução de custos e melhores produtos, tanto no banco quanto na corretora.

Numa plataforma de corretora há inúmeros produtos disponíveis. A Entidade aconselha que, se o empresário estiver pensando em risco baixo, o mais comum é traçar estratégia de CDB diário e fundos com liquidez no dia (d+0). Se tiver disponibilidade de esperar por prazo maior de resgate, pode conseguir nestes mesmos produtos – CDBs e fundos de renda fixa – uma rentabilidade mais alta.

Em relação aos investimentos de Renda Fixa (CDB, LCI, LCA e Debêntures), Barboza explica que costuma haver uma equidade entre as corretoras de investimentos, com isenção de taxas; a diferença aparece na renda variável. “Nesse caso, é importante verificar qual é a rentabilidade do investimento. Em relação aos fundos de investimento, o importante é levantar quais as taxas que são cobradas, de acordo com a modalidade do fundo. É na renda variável, mais especificamente em ações, que surgem as diferenças de uma corretora para outra. Essa diferença ocorre justamente na taxa de corretagem, que é cobrada por cada corretora na hora da compra ou venda dos ativos. Vale comparar quanto cada uma cobra para ver o que vale mais a pena”, conclui.

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