Economia
07/08/2018Empresários devem ter prudência na concessão de crediário
Consumidores reduziram suas poupanças em julho, e parte dos paulistanos deve recorrer ao crédito para continuar a consumir no segundo semestre de 2018
Para a Federação, a ansiedade em elevar as vendas não pode se sobrepor às boas práticas na gestão dos ativos e riscos das empresas
(Arte: TUTU)
O empresariado deve avaliar com muita prudência a concessão de crediários aos clientes neste ano. Isso porque colocar em prática estratégias arriscadas para alavancar as vendas pode prejudicar os negócios.
O ano de 2018 tem passado por constantes revisões negativas das projeções de PIB, emprego e renda, e as dificuldades de equilibrar o orçamento doméstico fizeram os consumidores reduzirem suas poupanças em julho pelo segundo mês consecutivo.
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Segundo a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Índice de Segurança de Crédito dos não endividados, que mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras, teve retração de 6,4% e atingiu 94,1 pontos. Já entre os endividados houve alta de 1,8%, alcançando 63,9 pontos.
A pesquisa revela ainda, por meio do chamado “Índice de Intenção de Financiamento”, que 19,5% dos paulistanos entrevistados têm a intenção de comprar um produto com pagamento parcelado ou financiado nos próximos três meses. O indicador teve alta de 4% e chegou a 40,3 pontos.
A expectativa da Entidade é de que essa situação permaneça no segundo semestre e, para continuar a consumir, parte das pessoas deve tentar acesso ao crédito. Para a Federação, a ansiedade em elevar as vendas não pode se sobrepor às boas práticas na gestão dos ativos e riscos das empresas. Caso os empresários queiram incentivar as compras parceladas, o indicado é ter parcerias com especialistas em avaliar riscos, como bancos e financeiras.
Aplicações
A parcela de aplicadores em poupança se mantém em baixos patamares, mas segue como a modalidade preferida dos paulistanos. Em julho, 58,6% escolheram essa opção de investimento, alta de 0,8 ponto porcentual em relação ao mês anterior e praticamente estável (-0,2 p.p.) na comparação com o mesmo período do ano passado.
A preferência pela renda fixa, após ter atingido a maior proporção da série histórica em junho de 24,5%, recuou 2,1 pontos porcentuais, marcando 22,4% em julho. A renda variável ainda pode ganhar mais espaço neste ano, porém, esse ciclo positivo só voltará com a dissipação das incertezas eleitorais caso a transição de governo seja feita de forma tranquila.
Aplicações como fundos imobiliários podem cair no gosto dos poupadores quando os resultados dos rendimentos de papéis vinculados ao setor imobiliário, que tendem a ser muito bons neste ano, começarem a ser divulgados. A previdência privada também tende a ser outra boa opção.
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