Como carregar o futuro sem poluir o presente? A chave desse sucesso — a Logística Reversa (LR) e o descarte ambientalmente adequado de pilhas e baterias portáveis — foram temas do podcast promovido pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincomercio) de Guarulhos que contou com a participação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e da Green Eletron.

O episódio especial debateu os avanços e os desafios da LR de pilhas e baterias portáteis — uma ação essencial para a consolidação da economia circular e o fortalecimento da governança ambiental no Comércio.

Alexsandra Ricci, assessora do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, representou a Entidade na conversa, que também teve a presença de Ademir Brescansin, diretor-executivo da Green Eletron, e de representantes do Sincomercio Guarulhos e da ONG Cidade Verde.

Parceria de longa data em prol da sustentabilidade

Desde 2016, a FecomercioSP mantém uma parceria com a Green Eletron, entidade gestora sem fins lucrativos responsável por operacionalizar Sistemas de Logística Reversa (SLRs) de pilhas e baterias portáteis e produtos eletroeletrônicos em todo o País.

“Trabalhamos para orientar o empresário e o Comércio sobre como participar da LR, onde descartar corretamente e quais são os benefícios de estar em conformidade ambiental”, destacou Alexandra, durante o episódio.

A iniciativa nasceu a partir do convite da antiga Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, atual Semil, para que a Federação contribuísse na elaboração do termo de compromisso do setor para a implementação dos SLRs de pilhas e baterias portáteis e de eletroeletrônicos.

Apoio direto às MPEs

Com o objetivo de facilitar a adesão das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) ao SLR, a FecomercioSP desenvolveu uma plataforma digital gratuita que orienta sobre como participar do sistema, receber o certificado de adesão e obter o selo de conformidade ambiental.

“A plataforma é simples e gratuita. A empresa pode fazer a adesão, tornar-se um ponto de entrega, receber um selo e um certificado de adesão, os quais podem ser exibidos em eventuais fiscalizações”, explica Alexsandra.

Ela ainda reforça que ações simples geram grande impacto: comerciantes podem, por exemplo, disponibilizar uma garrafa PET higienizada como ponto de coleta de pilhas, informando aos consumidores que o estabelecimento realiza o descarte ambientalmente adequado.

LR: impacto ambiental e geração de empregos

Durante o podcast, Brescansin ressalta que a LR vai muito além da proteção ambiental, movimentando uma nova cadeia produtiva e gerando emprego e renda em diversos setores.

“Quando você cria pontos de coleta, precisa de transportadoras, recicladoras e cooperativas. É uma nova cadeia produtiva que movimenta a economia, gera renda e reduz impactos ambientais”, afirma o executivo.

O representante da Green Eletron também afirma que a entidade recicla 100% das pilhas coletadas, transformando-as em insumos para novos produtos e evitando o descarte inadequado no meio ambiente.

Governança e reputação empresarial

Ao abordar os aspectos de governança corporativa, Alexsandra enfatiza que o engajamento empresarial na LR é também um investimento em reputação e imagem de marca.

“Não se trata apenas de cumprir a lei, mas de adotar boas práticas que fortaleçam a governança e a reputação. Uma empresa que participa da LR e destina os resíduos de forma ambientalmente adequada e documentada está investindo na própria marca”, diz.

A participação ativa das empresas também as protege de penalidades. O Decreto 6.514/2008 prevê multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões para quem não cumpre diversas obrigações ambientais, como a LR e a destinação ambientalmente adequada de resíduos. Além disso, estar em conformidade ambiental é cada vez mais uma exigência das grandes corporações, que demandam fornecedores alinhados com suas agendas ESG.

Engajamento setorial e responsabilidade compartilhada

O presidente do Sincomercio Guarulhos, Reginaldo Sena, frisa o papel das entidades sindicais na disseminação de boas práticas ambientais e no apoio ao pequeno empresário. “O Comércio é a ponta de tudo. Se as empresas fizerem a sua parte, todos ganharão — o meio ambiente, o consumidor e a economia”, destaca o dirigente.

O sucesso da política de LR necessita da mobilização de todos os elos da cadeia. “Depende de todos nós — empresas, sindicatos, governo e consumidores — para que a LR realmente aconteça”, concluiu.