Economia
13/08/2018Enfraquecimento da economia reduz ritmo de recuperação do mercado de trabalho e resultado mais expressivo deve aparecer somente em 2019
Incerteza na política impacta negativamente a propensão do empresário em contratar

Propensão do empresário do comércio em contratar caiu 8,3% nos últimos dois meses, segundo a FecomercioSP
(Arte/Tutu)
Com a melhora dos indicadores econômicos, sobretudo da confiança dos empresários e dos consumidores, a geração de empregos no comércio terminou o ano passado em recuperação. Contudo, em função do enfraquecimento da economia neste ano, principalmente a partir do segundo trimestre, o quadro esperado de continuidade e aceleração do mercado de trabalho não se confirmou, tendo as demissões, inclusive, superado as contratações em alguns meses.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o comércio varejista no Estado de São Paulo fechou quase 6 mil vagas em junho. Com esse resultado, o saldo do primeiro semestre de 2018 é de 32 mil desligamentos no setor. Em 12 meses, o saldo ainda é positivo, com 7 mil vagas criadas.
Veja também
Incerteza eleitoral e déficit fiscal pressionam a desvalorização do real em 2018
Alterações nas regras do rotativo do cartão de crédito favorecem o comércio
Confiança do Empresário do comércio registra em julho a quarta queda consecutiva
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), organizado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), indica que, de janeiro a maio, as vendas cresceram 6,1% no território paulista. Apesar do resultado positivo, os empresários têm enfrentado situações que inibem as contratações.
O principal obstáculo em 2018 é a incerteza sobre o cenário eleitoral, que, consequentemente, retarda as decisões de consumir e de investir. O indicador da FecomercioSP que mede a propensão do empresário do comércio em contratar caiu 8,3% nos últimos dois meses e, com isso, está abaixo do patamar de meados de 2017.
A tendência para o segundo semestre – período tradicionalmente mais forte do que o primeiro em função de datas comemorativas como o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal – não é das melhores. O estímulo às contratações não deve ser alto, uma vez que, por mais que a eleição tenha sido decidida, o grau elevado de desemprego limita o volume de vendas, mesmo com inflação e juros baixos.
A recuperação do mercado de trabalho será longa e gradual, e os resultados mais expressivos devem aparecer somente em 2019.
Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/noticia/enfraquecimento-da-economia-reduz-ritmo-de-recuperacao-do-mercado-de-trabalho-e-resultado-mais-expressivo-deve-aparecer-somente-em-2019
Notícias relacionadas
-
Economia
70 mil estrangeiros entraram no mercado de trabalho do País
Quase a totalidade da mão de obra do exterior é conformada por latino-americanos
-
Economia
Comércio e Serviços geraram quase 358 mil empregos formais
EditorialTeste de resiliência para o mercado de trabalho
EconomiaFeriados podem gerar perda de R$ 19,8 bilhões ao Comércio