Economia
25/04/2025Entre cliques e votos, cidadania no Brasil será cada vez mais digitalizada
Canal UM BRASIL, da FecomercioSP, entrevista Manoel Fernandes, sócio da Bites, empresa especializada em geração e análise de dados

A política é a última fronteira da digitalização no Brasil, opina Manoel Fernandes, sócio da Bites, empresa especializada em geração e análise de dados.
Ele acredita que, se hoje em dia já realizamos transações bancárias pela internet ou declaramos o Imposto de Renda (IR) virtualmente, o voto digital poderá ser possível.
“Podemos desfrutar de uma democracia mais direta, na qual as pessoas vão votar pela internet. Os deputados, hoje, fazem votação a distância. Por que eu não posso votar também?”, questiona.
Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, Fernandes fala sobre a relação entre a internet e as eleições e, ainda, comenta o papel dos protestos de junho de 2013 na digitalização da participação política nacional.
Internet e eleições
- O voto e as redes. Os pleitos de 2016 e 2018 evidenciaram uma mudança relevante na dinâmica do processo eleitoral no Brasil. A relação direta entre o número de votos obtidos e a presença digital dos candidatos na rede vem se aprofundando a cada eleição. Em 2019, uma pesquisa do DataSenado indicou que as mídias sociais já influenciavam o voto de 45% da população de maneira decisiva.
- Poder de influência. A presença digital é, de fato, fundamental para o sucesso eleitoral? Parcialmente, sim, opina Fernandes. “O que ganha uma eleição é o voto, e não a internet. No entanto, esta constrói percepções”, adverte. Isto é, para Fernandes, o poder de construir as melhores impressões no mundo digital é imprescindível para alcançar um bom resultado eleitoral.
Ecos de junho de 2013
- Ruas digitalizadas. Mesmo que a digitalização do voto ainda não seja realidade, as ruas do País já passaram por esse processo na última década, acredita Fernandes. O ano de 2013 ficou marcado pelo uso das redes sociais como forma de organização, divulgação e massificação dos protestos que tomaram as ruas brasileiras a partir de junho. “As ruas estão digitalizadas. Hoje, muitas pessoas protestam e se organizam sentadas nos seus sofás, assistindo a streaming”, afirma.
- Futuro. Fernandes discorda do pensamento de que a sociedade não entendeu o que aconteceu 12 anos atrás. “Ficou muito claro o que ocorreu: uma sociedade não se viu atendida, nem representada dentro do contexto da política institucional e foi protestar”, explica. Na sua avaliação, outro 2013 pode acontecer a qualquer momento. “Não sei quando, se vai ser daqui a duas semanas, daqui a seis meses ou daqui a seis anos. O conjunto de demandas que existiam há uma década não foram atendidas, pelo contrário”, ressalta.
Assista!