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Legislação

Entrevista com Eliane Maia, exemplo de sucesso na área Contábil

Ao boletim “Tome Nota”, a contadora e vice-presidente de Registro do CRC-SP conta sua trajetória para se tornar uma referência de liderança

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Entrevista com Eliane Maia, exemplo de sucesso na área Contábil
Boletim ainda destaca os pontos importantes sobre o FGTS Digital, que está em vigência desde 1º de março. (Arte: TUTU)

Como transformar o ambiente dos escritórios de contabilidade, ainda predominantemente masculino, e se destacar como líder? Muitas mulheres já devem ter feito essa pergunta em algum momento da carreira. Não existe uma resposta definitiva, mas os números do setor já demonstram um equilíbrio na ocupação das vagas.

De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no ano de 2020, a porcentagem de mulheres no mercado contábil era de 47,4%. Contudo, apesar dos dados promissores, a proporção de mulheres em cargos de liderança ainda é um desafio na área Contábil. Embora concorde que ainda exista um longo caminho pela frente, Eliane Maia, diretora da Tec Con Assessoria Contábil e vice-presidente de Registro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), acredita que, ao longo do tempo, as mulheres veem demonstrando competência com muito trabalho e dedicação.

“Acredito na união de forças: homens e mulheres, juntos, construindo uma nova história de conquistas e realizações. Há muito espaço para quem tenha boa vontade e queira trabalhar e agregar. A mulher, com o seu jeito especial de ser — observadora, cuidadosa, meticulosa, organizada —, está, sim, dando um tom especial na contabilidade no Brasil e no mundo”, afirma.

Depois de mais de 15 anos atuando como delegada regional do CRC-SP, Eliane assumiu, no início deste ano, um importante cargo no Conselho Diretor da entidade. Ela conta com exclusividade, ao boletim Tome Nota de março, a sua jornada para alcançar o sucesso e romper as barreiras do dia a dia. Leia a seguir.

Eliane Maia atuou por 15 anos como delegada regional do CRC-SP até integrar o Conselho Diretor. (Foto: Divulgação)

Como iniciou a sua trajetória profissional? Você se inspirou em alguma contadora de sucesso?

Comecei a trabalhar com 14 anos, quando obtive meu registro em CTPS [Carteira de Trabalho e Previdência Social], pois, à época, era possível começar a trabalhar com essa idade. Aos 16, já era chefe de departamento de pessoal e cuidava de uma folha de pagamento de uma escola de mais de 140 funcionários, autônomos e sócios. Após sete anos trabalhando no mesmo lugar, fui convidada para participar de um processo seletivo na auditoria da Avibrás Indústria Aeroespacial, em São José dos Campos, passei pelo processo e comecei a trabalhar lá. Após oito anos, me deliguei para trabalhar em outra escola, implantando o RH assim como havia feito na escola anterior. Trabalhei mais cinco anos até sair para abrir a minha empresa de contabilidade com uma sócia.

Quem me inspirou a cursar Contabilidade foi a minha mãe. O meu avô e alguns tios eram empreendedores, e ela me incentivou a seguir nesse caminho. Iniciei o curso técnico em Contabilidade e, desde o início do curso, já estava trabalhando. Isso me ajudou a adquirir experiência e fazer bons relacionamentos. Concluindo o curso de Contabilidade, fiz faculdade de Ciências Políticas e Sociais; depois, cursei Ciências Jurídicas e pós-graduação em Controladoria. Todos esses cursos e especializações me auxiliaram na trajetória profissional. Iniciei minha empresa de contabilidade em março de 1994 e neste ano completamos 30 anos de vida e estou muito feliz por esta conquista!

Fiquei 16 anos, de 2000 a 2016, como delegada Regional do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), em São José dos Campos. Era responsável pelas cidades do Vale do Paraíba, fazendo reuniões com os delegados do CRC-SP dessas cidades repassando as informações da sede e realizando eventos aos profissionais da área. Assumi, em abril de 2020, a Presidência da Associação Comercial e Industrial (ACI) de São José dos Campos (SJC), e, alguns dias após a posse tivemos a decretação de lockdown em virtude da covid-19. Foram vários desafios, reuniões com a prefeitura e com o Ministério Público paulista, com objetivo de auxiliar os empresários e sociedade.

Deixei a presidência da ACI SJC em março de 2023. Em janeiro de 2024, assumi a vice-presidência de Registro do CRC-SP, órgão de registro de profissionais e empresas de contabilidade. São 154 mil profissionais registrados — e aumentando esse número a cada dia. Em 2023, também passei a fazer parte da Academia Paulista de Contabilidade do Estado de São Paulo. Com muita honra, ocupo a cadeira 52, de José Rojo Alonso.

Já enfrentou preconceitos associados ao gênero?

Os universos contábil e empresarial ainda têm predominância masculina. Embora o número de mulheres esteja aumentando, o porcentual de homens ainda é maior, mas nunca sofri nenhum preconceito ou discriminação por ser mulher. Quando era delegada regional, era a única no cargo entre 16 homens e sempre fui muito respeitada. Em toda a minha carreira profissional, sempre fui respeitada e ouvida.

No dia a dia dos escritórios, é possível ver igualdade na presença entre homens e mulheres ou ainda falta equilíbrio principalmente nos cargos de liderança?

O número de mulheres na área Contábil tem evoluído. No Estado, em janeiro de 2024, eram 42% de mulheres (65.583) e 58% de homens (88.028) registrados no CRC-SP. O número feminino em cargos de liderança também tem aumentado, mas a predominância ainda é masculina. Vejo que temos um longo caminho pela frente, felizmente, nessa trajetória, a mulher tem demonstrado o seu valor.

No início deste ano, você passou a integrar o Conselho Diretor do CRC-SP, depois de 15 anos atuando como delegada regional. Como foi essa transição e como avalia a presença feminina nas entidades de classe, que ainda contam, em grande parte, com ambiente predominantemente masculino?

Fiquei extremamente feliz com a indicação do meu nome para compor o conselho diretor e feliz por termos sido eleitos. Neste ano, aconteceu algo inédito: três mulheres estão compondo esse conselho, sendo Heloisa de Castro a vice-presidente de Administração e Finanças; Flávia Augusto a vice-presidência de Fiscalização, Ética e Disciplina; e eu como vice-presidente de Registro. Fecham a diretoria o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, Wander Pinto, e o presidente, João Carlos Castilho Garcia. Então, somos três mulheres e dois homens à frente do CRC-SP.

Neste ano, duas mulheres também assumiram a presidência de outras entidades, sendo a Associação dos Peritos Judicias (Apejesp) com a presidente Suely Gualano Bossa Serrati, e a presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon 5ª Seção Regional), Viviene de Paula Rosa Alves Bauer. O universo feminino está avançando, mas ainda há um longo trajeto pela frente a ser conquistado.

Acredita que as mulheres estão transformando ou podem transformar o setor de contabilidade no Brasil?

Acredito na união de forças: homens e mulheres, juntos, construindo uma nova história de conquistas e realizações — e quem ganha é a sociedade. Há muito espaço para quem tem boa vontade e quer trabalhar e agregar. A mulher, com o seu jeito especial de ser — observadora, cuidadosa, meticulosa e organizada —, está, sim, dando um tom especial na contabilidade no Brasil e no mundo.

Qual mensagem você passa para as mulheres que querem ingressar no setor de contabilidade e buscam ocupar cargos de liderança, no futuro?

A contabilidade tem um futuro promissor. A Inteligência Artificial (IA) pode auxiliar no trabalho repetitivo, deixando, assim, mais tempo para o profissional poder orientar o cliente e dar suporte personalizado. A área é imprescindível para o crescimento e o desenvolvimento dos negócios — e uma empresa bem assessorada por um profissional da contabilidade se destaca.

A área me trouxe grandes conquistas, e as pessoas que andam próximas a mim são contagiadas a cursar contabilidade, pois indicamos aos outros o que amamos e nos faz bem. Diferentemente do que muitos pensam, a contabilidade não é uma ciência exata, mas uma ciência humana.

Já ouvi muitas pessoas dizerem que não cursam Contabilidade porque não gostam de matemática, mas a contabilidade não necessita que a pessoa tenha esta aptidão. Ela ensina a como classificar e alocar despesas, custos e receitas nas contas corretas e qual é o patrimônio líquido, além de quanto os sócios podem retirar de lucro, entre outras avaliações patrimoniais. Se você quer ocupar um cargo de liderança nessa área, participe das entidades contábeis da sua cidade, das associações de empresários contábeis, do sindicato dos contabilistas, dos eventos contábeis do CRC-SP presenciais (e online) realizados na sua região. O networking ajudará muito a conquistar espaços, conhecer pessoas e aprender com as histórias delas. A mulher pode ser quem ela quiser e estar onde ela quiser, basta somente querer e se dedicar.

Mais conteúdo exclusivo

A edição 246 do boletim Tome Nota ainda traz, na sua principal matéria, todos os esclarecimentos sobre o FGTS Digital, que está em vigência desde 1º de março, e unifica a prestação de informações pelos empregadores e dá mais eficácia à arrecadação e à fiscalização do fundo de garantia.

Outro tema abordado no boletim de março é a equidade salarial entre homens e mulheres. De forma clara e explicativa, a matéria detalha todos os pontos da legislação, prazo para as empresas entregarem o questionário de transparência salarial, além de esclarecer tópicos que ainda geram dúvidas nos empresários.

Também é possível se informar sobre as decisões judiciais mais recentes, como a deliberação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que reconheceu concorrência desleal em uso indevido de marca por empresa concorrente de ex-sócia, além da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determinou que administradora de shopping não deve controlar jornada de empregados de lojas.

Acesse aqui o conteúdo completo da edição de março do Tome Nota.

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