Economia
22/02/2017Estoques seguem inadequados para 50,9% dos empresários do varejo
Segundo a FecomercioSP, os varejistas não conseguiram reduzir os excessos de produtos com as vendas de final de ano e 36,5% deles estão com estoques acima do adequado
Será difícil um ajuste de estoques acelerado para segmentos dependentes de crédito, mas para vestuário, calçados e eletroeletrônicos mais baratos o efeito deve ser mais rápido
(Arte/TUTU)
Em fevereiro, o Índice de Estoques (IE) atingiu 97,6 pontos, queda de 4,3% em relação ao mês anterior e voltou a ficar abaixo dos 100 pontos - fato que não ocorria desde outubro de 2016. A retração do indicador no mês foi motivada pelo aumento de 1,6 ponto porcentual (p.p.) na proporção de empresários que afirmam estar com estoques acima do adequado e pelo crescimento de 0,6 p.p. dos estabelecimentos que contêm produtos abaixo do ideal, na comparação com janeiro. Com isso, cerca de 36,5% dos empresários estão considerando seus estoques acima e 14,4% abaixo do nível ideal. Apenas 48,6% dos empresários afirmaram estar com estoques no nível adequado em fevereiro. A última vez que a parcela de adequação superou os 60% foi em dezembro de 2013.
Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Em relação a fevereiro de 2016, quando o indicador registrava 96,6 pontos, houve alta de 1,0%.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os indicadores, compostos por confiança de empresários, consumidores, índice de estoques, propensão a investir e a contratar ainda indicam que o País está pavimentando o caminho para a recuperação em 2017, porém, todos esses números acabaram por decepcionar, de certa forma, no início do ano.
A Federação pondera que era esperado que em janeiro, em função das promoções e de um comportamento mais racional dos consumidores (esperar as liquidações para fazer as compras que tradicionalmente fariam no Natal), os estoques fossem ajustados para baixo, o que não se verificou ainda. Esse ajuste virá neste ano, mas a FecomercioSP não acredita que a queda dos estoques, bem como a retomada da produção e do emprego no País sejam rápidos ou mesmo homogêneos. Não será possível, por exemplo, um ajuste de estoques muito rápido para segmentos dependentes de crédito, mas para vestuário, calçados, e até alguns eletroeletrônicos mais simples e baratos pode ser que o efeito seja mais rápido.
Contudo, a Federação espera que os dados posteriores ao Natal sejam apenas espelho de um mau momento, que naturalmente é ruim, mas que com as promoções de vendas no primeiro trimestre e com a provável retomada gradativa do consumo ao final do primeiro semestre isso se resolva e os lojistas encontrem rapidamente o rumo dos ajustes.
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