Negócios
06/12/2024Estudo aponta retomada acelerada do setor de Serviços no período pós-pandemia
Destaque para os serviços às famílias, que obtiveram alta de 38,2% na receita líquida em 2022, segundo a FecomercioSP e o IBGE
Com base em dados referentes à receita operacional líquida e aos números de empresas ativas e de empregos gerados, estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) revela que o setor de Serviços não financeiros apresentou rápida recuperação no período pós-pandemia. A análise se baseou na Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE, referente ao ano de 2022 (última disponível).
O levantamento apontou que, dois anos atrás, quase todas as atividades do setor registraram taxas de crescimento de dois dígitos na receita líquida, com destaque para os serviços prestados às famílias, que apresentaram alta de 38,2% em relação a 2021 [tabela 1]. Dentre as cinco divisões desse grupo, a de atividades culturais, recreativas e esportivas apontaram o melhor desempenho, com 51,8% de elevação na receita. Já os segmentos de alimentação e alojamento exibiram altas de 39,8% e 46,4%, respectivamente. Como essas atividades são dependentes de interação social e foram as mais prejudicadas durante o período de isolamento, essa forte recuperação já era esperada, mas ainda insuficiente para repor os prejuízos da pandemia.
O grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares obtiveram o segundo maior índice de crescimento em comparação a 2021 (28,9%). Semelhante ao que aconteceu nos serviços prestados à família, nesse grupo, a volta da interação social sem restrições também se destacou, já que a atividade que mais cresceu foi a de agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo, com alta de 47,7%.
Os resultados positivos nas receitas refletiram na quantidade de pessoal ocupado pelo setor de Serviços, que cresceu 5,8% e atingiu a marca de 14,2 milhões, superando o patamar pré-pandemia de 2019. O grupo de serviços prestados às famílias foi o único do setor que ainda não havia retomado os níveis registrados há cinco anos, tanto no quesito pessoal ocupado como no número de empresas, reforçando, mais uma vez, que foi um dos mais prejudicados pela necessidade de implementação do isolamento social.
[TABELA 1]
Mudanças estruturais
A PAS também divulgou mudanças estruturais importantes no peso de cada atividade sobre a receita operacional do setor. Em 2013, os serviços de informação e comunicação concentravam 25% da receita total. Em 2022, essa participação caiu para 19,4%, queda motivada principalmente pelo segmento de telecomunicações. Por outro lado, os serviços de transportes se isolaram ainda mais na liderança, com a participação passando de 28,6% para 29,8% nesse mesmo período — impulsionada pelo transporte de cargas, provavelmente em decorrência do comércio eletrônico. Para se ter uma ideia, a participação do transporte rodoviário de cargas saltou de 10,6%, em 2013, para 13,1%, em 2022. [gráfico 1]
[GRÁFICO 1]
Dados recentes confirmam tendência de crescimento
Informações mais recentes indicam a continuidade dessa tendência de crescimento do setor. Quanto ao mercado de trabalho, por exemplo, os Serviços — considerando todas as atividades, inclusive o setor financeiro — geraram 863,4 mil empregos com carteira assinada no Brasil, no ano passado. Entre janeiro e outubro de 2024, já são mais de 1,1 milhão de novas vagas.
O bom momento do setor também é captado pela Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), elaborada pela FecomercioSP com base nos dados da Secretaria da Fazenda do Município de São Paulo. Em agosto, os Serviços paulistanos faturaram R$ 70,2 bilhões, alta de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado, e o maior faturamento para o mês de agosto desde o início da série histórica, em 2010.
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