Economia
08/08/2014Fachada ativa em edifícios é oportunidade de negócio para comerciantes
Plano Diretor de São Paulo prevê descontos para construções com espaços para comércio no saguão dos prédios

Comum nos anos 60, os prédios com saguão comercial devem voltar a ganhar força na cidade de São Paulo. O incentivo à prática vem do recém-sancionado Plano Diretor Estratégico (PDE), que prevê descontos para as construções que optarem por planejar os edifícios com a chamada fachada ativa, própria para a instalação de estabelecimentos comerciais.
A ideia do plano é dinamizar o movimento urbano nos empreendimentos, desenhando um novo fluxo na cidade, além de impactar positivamente o setor de comércio e serviços, como destaca o consultor de projetos para comércio varejista do Sebrae, Rodrigo Carvalho. "Esta é uma grande oportunidade, principalmente para o comerciante de rua. A ideia cria corredores de passagem na parte térrea dos prédios. E, onde tem fluxo de pessoas, tem oportunidade de gerar negócios. Acredito que só tem vantagens para o comércio", analisa.
O gerente de produtos e marketing do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Eduardo Sylvestre, especula ainda que, com a expansão do novo modelo de negócio, os preços de locação para estabelecimentos comerciais reduzam, considerando a maior oferta de espaços na cidade. "A oferta de locais gera uma diminuição no aluguel de vários estabelecimentos, enquanto a escassez gera o contrário", avalia.
Para o comerciante que tiver interesse em investir nesse modelo de negócio, Sylvestre orienta. "A análise deve ser igual à de qualquer outro comércio. É preciso verificar se o produto ou serviço é adequado à região, o público dos arredores, analisar o fluxo da rua e de estacionamentos. É difícil limitar o público aos moradores ou frequentadores daquele edifício", sugere.
Um exemplo de fachada ativa em São Paulo é o Condomínio Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista. O espaço, além de contar com 47 apartamentos residenciais, possui também um edifício comercial, com 485 estabelecimentos. Com a fachada ativa do prédio, o centro comercial do Conjunto Nacional contabiliza 66 empreendimentos, entre lojas, restaurantes, drogarias e outros, como exemplifica Carvalho. "O Conjunto Nacional está exatamente dentro dessa proposta. O espaço conta com fluxo não só de quem trabalha no prédio, mas de quem circula na região", indica.
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP, Jorge Duarte, concorda. “A ação traz mais espaços públicos para as pessoas e amplia a interação entre elas. E todo esse movimento dinamiza o comércio e promove o desenvolvimento do local”, assinala.
O consultor do Sebrae acredita também que a proposta vai beneficiar não só os comerciantes, mas também os consumidores. "Pra quem circula nesses espaços, gera mais conforto e segurança".
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