Por Deisy de Assis

Em países situados em regiões com movimentação de placas tectônicas, vulcões ativos e condições climáticas peculiares, as ocorrências de terremotos, tsunamis e tornados são mais frequentes e muito devastadoras.

O Brasil não compartilha dessas características e, portanto, não está exposto a esses tipos de risco como estão Japão, Himalaia, Índia, a costa oeste americana e outras regiões do planeta incorporadas pelo chamado “Cinturão de Fogo”, que ganhou esse nome por compreender vulcões ativos.

“Se acontece algum tremor no Brasil, como foi registrado no Ceará em maio deste ano, ou ciclones, como já ocorreu em cidades do Sul do País, os impacto são menores”, argumenta o secretário chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira.

O fato de o Brasil não estar sujeito a fenômenos desse gênero em grande magnitude não o isenta de desastres naturais. No território brasileiro, a maior incidência de fenômenos é atribuída ao excesso de chuvas, que provoca enchentes e deslizamentos de terra, ou à ausência dela, com secas de queimadas.

Desastres brasileiros

De acordo com geógrafo Agostinho Tadashi Ogura, do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), a história de desastres naturais brasileiros soma episódios graves, com milhares de vítimas, entre mortos e desabrigados.

“Entre as ocorrências graves estão os deslizamentos e alagamentos no Vale do Paraíba (SP), em 1948, em Guaraguatatuba (SP), em 1967, e em Blumenau (SC), em 2008”, relembra Ogura, que ainda destaca o episódio na região serrana do Rio de Janeiro, em 2011, considerado o maior desastre climático da história do Brasil e o 8º pior deslizamento de terra da história mundial, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

No que se refere às secas e queimadas, a região Nordeste do Brasil é majoritariamente atingida, sendo que os primeiros registros do problema datam de 1583, em relatos escritos pelo jesuíta português Fernão Cardim.

Em 2012, a seca na Região Nordeste foi considerada a mais intensa quando comparada às ocorridas durante as três décadas anteriores.

Já na região Sudeste do Brasil, a seca surpreendeu, provocando uma grave crise hídrica e levando a revezamentos no abastecimento de água nas cidades do Estado de São Paulo, desde 2014.

Código lista grupos de desastres naturais no País

O país dispõe de uma Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade), na qual são listados cinco grandes grupos de fenômenos naturais.

No grupo de desastres geológicos, estão as ocorrências de deslizamentos e erosões. O grupo dos hidrológicos engloba enxurradas, enchentes e alagamentos.

Ciclones, tempestades e temperaturas extremas estão no grupo dos desastres meteorológicos. Já as secas, estiagens e incêndios florestais são abrangidos pelo grupo climatológico.

Por fim, o quinto grupo é o biológico, no qual estão as epidemias de doenças virais, bacterianas ou parasitárias, bem como as infestações de pragas.

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