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Economia

Falta de representatividade feminina afeta desempenho das jovens no mercado de trabalho, diz Tânia Cosentino

Presidente da Schneider Electric para a América do Sul diz ao UM BRASIL que aumentar a presença das mulheres em cargos de liderança trará resultados positivos para as empresas

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Falta de representatividade feminina afeta desempenho das jovens no mercado de trabalho, diz Tânia Cosentino

Executiva afirma que companhias devem buscar ambiente empresarial mais colaborativo e diverso
(Foto: Christian Parente)

A baixa inserção da mulher em cargos de liderança tem como um dos fatores causadores a ausência de representatividade do gênero feminino na sociedade. A observação da presidente da Schneider Electric para a América do Sul, Tânia Cosentino, foi feita em entrevista ao UM BRASIL.

"A mulher não consegue se projetar numa posição de alto comando até mesmo pela falta de exemplo. As jovens que se formam (nas universidades) começam a perceber os obstáculos e, de repente, decidem que não vale a pena porque não vão chegar lá”, afirma.

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Para a executiva, além de promover referências que sirvam de inspiração para as jovens, a sociedade precisa melhorar o diálogo no ambiente empresarial. Como as contratações são feitas em grande parte por homens, é necessário que eles entendam a importância da mulher no mercado de trabalho e saiba gerenciar essa relação no cotidiano.

"O homem acredita que a mulher com trinta e poucos anos que acabou de casar vai querer engravidar e, por causa disso, ela não vai estar pronta para pegar aquela promoção. Ele não perguntou isso para a mulher. No entanto, eu, como mulher, sei a hora que quero engravidar, que quero a promoção ou mudar de área. E essa conversa muitas vezes não existe", enfatiza Tânia.

A presidente da Schneider Electric para a América do Sul ressalta que a inclusão da mulher em altos cargos – sem diferenças salariais em relação aos homens – refletirá de forma positiva na própria economia.

Entre as ações feitas recentemente para alterar o atual quadro, Tânia cita o programa Impact da Organização das Nações Unidas (ONU). O grupo é formado por empresas, universidades e governos que atuam em políticas de gênero.

Sobre os casos de empresas que perderam a credibilidade em meio a escândalos por motivos diversos, Tânia diz que essas companhias deixam claro que as organizações devem pensar além dos resultados financeiros.

“Muitas empresas, por muito tempo, pensaram que o seu papel era gerar lucro, e muitas vezes isso levou a gerar lucro a qualquer preço. Hoje o Brasil está pagando um preço muito caro, porque as empresas que trilharam esse caminho se desviaram, por exemplo, da ética e transparência ou não se preocuparam com o impacto ambiental, causando grandes desastres ao meio ambiente e à sociedade e sendo expostas a situações que abalam o valor de mercado de uma companhia.”

A entrevista integra a segunda edição da série que discute estratégias para o crescimento e o papel do Estado na economia, gravada em São Paulo, em dezembro de 2017, resultado da parceria do canal com o Columbia Global Centers | Rio de Janeiro, braço da Universidade Columbia, de Nova York.

Confira a entrevista na íntegra:

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