Economia
27/04/2023Falta olhar político voltado ao setor do comércio
Paulo Delgado, copresidente do CEEP, fala sobre os aspectos políticos no “Café Sem Filtro Fecom”
O comércio é essencial para o progresso econômico, porém essa grandeza não é refletida no cenário político, como destacou o cientista político Paulo Delgado, copresidente do Conselho de Economia, Sociologia e Política (CEEP) no Café Sem Filtro Fecom — Grande Varejo: Perspectivas e Mudanças à Vista e a Prazo, encontro online realizado, na última terça-feira (25), pela Federação do Comércio Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
“O varejo é uma atividade muito rica, razão pela qual cresce mais que o Produto Interno Bruto (PIB). Se o Brasil fosse medido pelo varejo, estaria em uma posição melhor do ponto de vista dos indicadores estatísticos. É uma pena que não tenhamos uma frente parlamentar do varejo no Congresso Nacional. Há parlamentares com histórico varejista e gente que se dedica a questões e projetos relevantes ao setor, mas, de maneira geral, infelizmente, o varejo não tem desempenhado uma posição de protagonista das decisões políticas”, disse Delgado.
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A FecomercioSP, ressaltou Delgado, aponta para a necessidade de os parlamentares olharem para o comércio. Por isso, a Entidade mobiliza deputados e senadores acerca de temas sensíveis à economia por meio dos conselhos da Federação. Trata-se de atividades de advocacy que trazem resultados positivos para a modernização de processos, avanço econômico e aumento da segurança jurídica.
Este posicionamento ativo foi reforçado em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, na última quinta-feira (20), no qual o presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, discorre sobre questões importantes, como a continuidade e a previsibilidade políticas: “Alternância de poder é um pressuposto da democracia. Contudo, nos países desenvolvidos, quando se muda o governo, não se alteram políticas públicas recém-implantadas nem se modificam abruptamente as regras de impacto na esfera econômica, como acontece no Brasil. Nesse caso, a consequência é evidente: as chances e a expectativa de retorno do capital se reduzem drasticamente à medida que a insegurança jurídica ou fiscal cresce.”
O retrocesso em políticas já conquistadas e no caminhar rumo a novas direções é um fenômeno percebido por Delgado na atualidade, como relatou no Café Sem Filtro Fecom. “O passo atrás de negar ou andar a passo de tartaruga com reformas essenciais mostra que o governo não está seguro para a administração da coisa pública”, afirmou.
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