Sustentabilidade
11/09/2017Falta política pública para incentivar uso do carro elétrico no Brasil
Especialistas ouvidos pela FecomercioSP ressaltam necessidade de um ambiente que torne o veículo elétrico atraente para o consumidor
Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), o Brasil enfrenta ainda dificuldades em relação à capilaridade dos eletropostos para a recarga de baterias
(Arte/TUTU)
“Um dos principais desafios para a expansão da frota elétrica no Brasil é a falta de políticas públicas para o incentivo do uso desse tipo de carro no País”. A afirmação é da assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez. Ela acredita que o governo precisa discutir de forma mais ampla o tema.
“Seguindo a tendência mundial, a mudança da matriz de combustíveis no transporte urbano parece ser inevitável, e o governo deve conversar mais com a sociedade. A popularização dos veículos elétricos no Brasil precisa ser bem pensada e planejada porque estamos falando de mudanças em uma indústria consolidada, que emprega muita gente em toda a sua cadeia, e com grande poder de influência na sociedade”, avalia Cristiane.
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O especialista em inovação da CPFL Energia, Danilo Nascimento, também aponta a ausência de uma indústria nacional capaz de tornar viável a fabricação em grande escala.
“Nesta fase de implantação do mercado, o apoio político seria indispensável para reduzir barreiras à sua adoção. Um ambiente com o apoio de políticas públicas tornará o veículo elétrico atraente para o consumidor, reduzirá os riscos para o investidor e incentivará os fabricantes dispostos a desenvolver fluxos de negócios em larga escala para começar a implementá-los”, destaca Nascimento.
Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), o Brasil enfrenta ainda dificuldades em relação à capilaridade dos eletropostos para a recarga de baterias. Atualmente, existem apenas cem pontos para o abastecimento em todo o País, e não há um controle efetivo por parte do governo sobre esses locais.
“A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda está regulamentando o serviço. A questão está em fase de consulta pública e deve ser concluída nos próximos meses. Hoje, os poucos eletropostos que temos não têm custo para o usuário. São subsidiados pelas empresas que administram os locais. Após a conclusão dessas normas, esse cenário deve mudar”, finaliza o presidente da ABVE, Ricardo Guggisberg.
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