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Economia

Faturamento do varejo cresce no Estado, mas empresário deve ter cautela e pensar em meios para estimular o consumo

PCCV de fevereiro aponta faturamento positivo para o setor, mas resultado tende a ser inferior em março por causa do feriado do Carnaval

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Faturamento do varejo cresce no Estado, mas empresário deve ter cautela e pensar em meios para estimular o consumo

FecomercioSP tem sugerido aos setores do varejo que tentem estimular o consumo com base em um aumento nos prazos de pagamento e na facilitação das opções disponíveis aos consumidores, como carnês e boletos
(Arte: TUTU)

As vendas reais calculadas em fevereiro pela Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) em todo o Estado de São Paulo cresceram 7,2% em comparação ao mesmo mês de 2018. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). 

Ainda que o faturamento tenha sido positivo, a Federação recomenda aos empresários que tenham cautela, pois essa alta ocorreu em virtude de o Carnaval ter ocorrido em março neste ano, o que deixou fevereiro livre de feriados e com mais dias úteis para efetivar as transações. A Entidade esclarece que esse efeito-calendário deverá ser visto também em março, quando o faturamento a ser apurado na próxima pesquisa tende a ser inferior. O ideal é que o setor varejista espere até a próxima PCCV para avaliar de forma mais clara o andamento das vendas.  

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O cenário é de redução na intenção de consumo e aumento da inadimplência, apontam os dados da PCCV e das demais pesquisas da Federação. Isso pode ser observado no desempenho dos setores que mais dependem de crédito, como os varejos de veículos, materiais de construção, autopeças e eletrodomésticos, que, em curto prazo, devem ter um impacto direto na deterioração da economia e no poder de compra dos consumidores.

Detalhes da PCCV 
Com faturamento real de R$ 54, 2 bilhões em fevereiro, é o melhor registro para aquele mês desde o início da série histórica da PCCV, em 2008. Todas as atividades registradas na pesquisa cresceram nos últimos 12 meses, com destaque para os setores de concessionárias de veículos (14,1%) e supermercados (4,9%). As 16 regiões avaliadas no levantamento também seguiram no campo positivo; os destaques ficaram por conta das cidades de Sorocaba e Jundiaí, ambas com alta de 10,8% no varejo. Ao todo, são 24 meses de elevação nas vendas, aponta o levantamento. 

Entre as atividades avaliadas, estão: autopeças e acessórios; farmácias e perfumarias; concessionárias de veículos; lojas de móveis; vestuário; supermercados; entre outras. O setor supermercadista no Estado obteve faturamento de R$ 18,1 bilhões, a maior contribuição para a alta naquele mês.  

Na capital paulista, o crescimento foi de 7,3% no faturamento real em relação ao mesmo período do ano passado, com receita de R$ 16,7 bilhões. Esse também foi o melhor resultado do setor para o mês desde o início da série histórica da PCCV. 

Atenção ao ambiente econômico
Nos últimos meses, a FecomercioSP tem sugerido aos setores do varejo que tentem estimular o consumo com base em um aumento nos prazos de pagamento e na facilitação das opções disponíveis aos consumidores, como carnês e boletos.  

Também é importante que observem o resultado da disputa entre as empresas que disponibilizam as maquininhas de cartões. A Entidade explica que essa competitividade reduziu a taxa de antecipação a quase 0%, e isso está beneficiando as vendas à vista no cartão de crédito. Com isso, o comerciante pode receber em um ou dois dias após a venda, dando fôlego ao fluxo de caixa. 

Na hora de analisar o cenário econômico, é importante que os empresários também considerem outras informações, como inflação, desemprego e os dados nacionais divulgados da indústria, do comércio e dos serviços. A Federação explica que as reformas estruturais, como a da Previdência, são essenciais para o bom desempenho da economia, para o aumento forte em vendas e geração de emprego e renda e, principalmente, para a disponibilidade de crédito no mercado. 

O empresário também deve ficar de olho na taxa de câmbio, já que a cotação média da moeda americana entre janeiro e abril foi de R$ 3,65 para R$ 3,97, segundo o Banco Central. Essa desvalorização do real afeta diretamente todos os setores. Os supermercados, por exemplo, que integram o principal setor no Estado em relação à participação na receita, podem impactar a inflação nos próximos meses se o real continuar pressionado, esclarece a FecomercioSP.  

Assim, a negociação com os fornecedores em relação aos preços ou à quantidade comprada é fundamental para que o varejo consiga minimizar a majoração dos custos. Além disso, as vendas enfraquecidas podem exigir que o empresário pense na redução da margem de lucro, para que consiga girar o estoque e garantir um fluxo de caixa saudável.

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