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Economia

Faturamento do varejo paulista atinge R$ 49,2 bilhões, queda de 1% em um ano

Segundo a Entidade, foi o terceiro pior desempenho para o mês de outubro desde 2008

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Faturamento do varejo paulista atinge R$ 49,2 bilhões, queda de 1% em um ano

As retrações foram apresentadas pelos grupos de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-16,7%)
(Arte TUTU)

Após uma série de quatro altas consecutivas, o faturamento real do comércio varejista paulista apresentou recuo na comparação interanual. Em outubro, as vendas do setor diminuíram 1% em relação ao mesmo mês de 2015 e alcançaram R$ 49,2 bilhões, cerca de R$ 505 milhões inferior ao apurado no mesmo período de 2015. Foi o terceiro menor resultado para o mês desde o início da série histórica em 2008. No acumulado do ano houve retração de 0,7% e em 12 meses, a queda foi ainda mais acentuada, de 2%. 

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). 

Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, houve uma divisão exata entre crescimento e queda, quando oito apresentaram aumento no faturamento e outras oito registraram retração nas vendas em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2015. Os piores desempenhos foram registrados pelo varejo das regiões de Osasco (-14,2%), Guarulhos (-4,8%) e Bauru (-4,6%). Já os melhores resultados foram observados nas regiões do ABCD (4,5%), Araraquara (3,8%) e Jundiaí (3,1%). 

Das nove atividades pesquisadas, quatro mostraram aumento em seu faturamento real em outubro, sendo elas: farmácias e perfumarias (11,6%), autopeças e acessórios (2,4%), outras atividades (1,5%) e supermercados (0,9%). Essas altas contribuíram para o resultado geral com 1,5 pontos porcentuais (p.p.). 

Já as retrações foram apresentadas pelos grupos de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-16,7%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-7,6%), materiais de construção (-5,4%), lojas de móveis e decoração (-2,7%) e concessionárias de veículos (-0,8%), contribuindo negativamente com 2,5 p.p. para o resultado geral. 

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, nem mesmo a sequência positiva alcançada desde junho nos índices mensais do varejo poderia garantir uma taxa adequada de crescimento do varejo paulista em 2016. Com a nova queda em outubro, mês tradicionalmente forte para o comércio, a Federação aponta que se consolida ainda mais o prognóstico de um possível crescimento nulo para o fechamento de 2016, mas com grande possibilidade até mesmo de uma pequena queda em comparação a 2015. 

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, o baixo desempenho do varejo revela a profundidade da atual crise econômica do País e a impossibilidade de solução em curto prazo. Mesmo assim, a Entidade pontua motivos que mostram que o futuramente do setor tende a melhorar: a taxa de inflação já mostra sinais claros de enfraquecimento, o que tem permitido a redução das taxas de juros; o nível de confiança dos consumidores e empresários também estão em patamares bem maiores do que há um ano; e o comércio exterior vem apresentando resultados positivos e que podem dar início a um processo de reativação do setor industrial. 

Apesar dos indicativos positivos, a retomada do crescimento do comércio varejista ainda depende da recomposição da renda das famílias, que se mostra improvável no curto prazo. Por conta disso, a Federação acredita que o ano tende a se encerrar com apenas duas atividades apresentando crescimento, justamente aquelas que têm conseguido evitar os impactos negativos da recessão varejista desde o seu início: supermercados e farmácias e perfumarias, que se beneficiaram da forte queda registrada nos segmentos de bens duráveis e semiduráveis. Com isso, o comércio paulista tende a mostrar um índice anual de variação de vendas reais entre 0% e -1%. 

Varejo paulistano

Diferentemente do baixo desempenho estadual, as vendas do comércio varejista da capital paulista atingiram R$ 15,6 bilhões em outubro, crescimento de 0,5% na comparação com o mesmo mês de 2015. Apesar da recuperação, foi o quarto menor resultado do varejo paulista para um mês de outubro desde 2008. No acumulado dos dez meses de 2016, o varejo paulistano registrou queda de 0,4% e na somatória dos últimos 12 meses, houve retração de 1,3%. 

Entre as nove atividades analisadas, cinco apresentaram crescimento em outubro na comparação com o mesmo mês de 2015: farmácias e perfumarias (14,4%), autopeças e acessórios (13,8%), outras atividades (6%), supermercados (3,7%) e materiais de construção (2,4%). Juntos, esses índices contribuíram positivamente com 3,6 pontos porcentuais (p.p.). 

No sentido inverso, as quedas foram observadas nas atividades de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-16,7%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-10,9%), lojas de móveis e decoração (-5,1%) e concessionárias de veículos (-3,4%), colaborando negativamente com 3,1 p.p. para o resultado geral. 

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a capital paulista conseguiu em outubro evitar nova queda de vendas como a ocorrida no âmbito estadual, graças principalmente, aos bons desempenhos dos setores ligados aos bens essenciais e de primeira necessidade, como os comercializados pelas farmácias e perfumarias e pelos supermercados. 

No acumulado do ano, as vendas do varejo paulistano também apresentam taxa negativa em relação ao ano anterior. Segundo a Federação, da mesma forma como para o comércio estadual, também na capital a recuperação das vendas varejistas de forma sustentada tende a ser alcançada apenas a longo prazo, pois também são dependentes da recomposição da renda e da recuperação do nível geral das atividades econômicas. Em 2016, a capital deve apresentar um resultado acumulado em 12 meses com taxa muito próxima ao atual índice de -0,4%, com possibilidade de crescimento nulo.

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