Sustentabilidade
16/11/2021FecomercioSP apoia o Pacto de Promoção da Equidade Racial
Setor corporativo é fundamental para promover mudanças positivas sobre questões relacionadas ao tema
Um dos desafios é levar a discussão às pequenas e médias empresas, com cinco ou seis funcionários
(Arte: TUTU)
O setor empresarial é decisivo para promover mudanças positivas visando à equidade racial no País. Com o objetivo de colocar esta discussão no centro do debate econômico, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apoia o Pacto de Promoção da Equidade Racial, iniciativa que propõe implementar um protocolo ESG (Environmental, Social and Governance) racial no Brasil.
Apresentado recentemente no Comitê ESG da Federação, o Pacto busca incentivar a adoção de ações afirmativas por parte das empresas aderentes, conforme explica o coordenador do comitê, Luiz Maia. “A FecomercioSP, que trabalha há mais de 80 anos pelo desenvolvimento sustentável do ecossistema de negócios do País e, nesse sentido, apoiar o Pacto de Promoção da Equidade Racial inaugura uma série de práticas que esperamos fomentar no setor privado”, afirma Maia.
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Mais do que debater, o pacto cria o Índice ESG de Equidade Racial (IEER) para, junto às demais iniciativas, estimular e mensurar o progresso na correção das desigualdades raciais dentro das empresas. O indicador, inédito no mundo, foi desenvolvido por econometristas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). As empresas interessadas deverão assinar um termo de parceria manifestando o desejo em adotar o novo protocolo.
“A meta estava em alterar o protocolo ESG para adequá-lo à realidade brasileira e trazer um novo protocolo ESG Racial. Outra ação foi trabalhar o Índice ESG de Equidade Racial, porque se não mensurarmos o quanto as empresas estão mais ou menos próximas da equidade racial na região onde atuam, não teremos como resolver o problema. Medir as ações afirmativas que já vêm sendo feitas ao longo dos anos dá uma direção do que mais pode ser feito”, diz o diretor-executivo do Pacto de Promoção de Equidade Racial, Gilberto Costa, que também detalhou o projeto em uma reunião anterior do comitê.
As ações afirmativas, ressalta Costa, ajudam a resolver o problema racial no curto prazo. Entretanto, a médio e longo prazos, o certame somente poderá ser solucionado por meio de investimento social privado em equidade racial, investimentos em educação pública e formação técnica e fomento do empreendedorismo negro.
“Era de extrema importância reconhecer o quanto, muitas vezes, nosso país é gigante, e a questão racial tem uma nuance em cada região que estamos inseridos”, complementa Costa. Assim, ao aderir ao Pacto, as empresas tem a oportunidade de medirem seu Índice de Equidade Racial e se compararem com a região onde atuam.
Apesar de as organizações passarem a usar o índice para se alinhar e ver o quão aderente ou não estão aos critérios, um dos desafios é levar a discussão às pequenas e médias empresas, com cinco ou seis funcionários. “O mundo mudou, e o Brasil, tardiamente, está mudando. O País enfrenta com a desigualdade social, quem sabe, um desafio que aumentou com a pandemia de covid-19. Precisamos nos organizar para transformar esta realidade das desigualdades social e racial no Brasil”, alerta o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Pacto para a Promoção da Equidade Racial, Jair Ribeiro.
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