Negócios
19/02/2018FecomercioSP apresenta dicas de gestão financeira no varejo
Elaborar um fluxo de caixa é o primeiro passo para identificar as despesas e os recebimentos da empresa
Organizando os recebimentos e pagamentos, empresário também pode projetar o fluxo de caixa de três a 12 meses
(Arte/Tutu)
Em um país de tantas instabilidades e com elevada carga tributária, empreender no varejo é um grande desafio. Em geral, empresas comerciais nascem em âmbito familiar e, muitas vezes, crescem de forma arriscada, sem se atentarem para importantes aspectos de gestão financeira.
A má gestão dessa área pode colocar a sobrevivência da empresa em risco. Para ajudar o empresário do varejo a gerir os negócios, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresenta dicas de gestão financeira.
Fluxo de caixa realizado
O primeiro passo é elaborar o fluxo de caixa para organizar a vida financeira da empresa. Esse é um passo importante para equilibrar as finanças, do contrário, fica difícil quantificar os gastos e identificar o saldo para honrar os compromissos.
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Para isso, é preciso criar um plano de contas que identifique cada tipo de despesa. Em seguida, serão criadas as rubricas e sub-rubricas financeiras, que devem agregar tipos de pagamentos semelhantes – as rubricas são títulos específicos, como “pagamentos de fornecedores”, “impostos”, “gastos com pessoal”. Como exemplos de sub-rubrica, no item “gastos com pessoal”, podem ser usados “salários”, “férias”, “décimo terceiro salário”, “vale-transporte” etc.
O mesmo deve ser feito em relação aos recebimentos da empresa. Dessa forma, o fluxo de caixa contará com todos os recebimentos e pagamentos.
O próximo passo é equacionar as receitas e as despesas – é importante confrontar o fluxo de caixa e o extrato bancário, a chamada “conciliação bancária”, a fim de se verificar se o movimento financeiro está correto.
Assim, será possível equacionar o fluxo realizado que dará total visibilidade ao empresário sobre os recebimentos e pagamentos da empresa. A análise dos dados traz informações para a tomada de decisão e, principalmente, para a redução de custos. O equacionamento apresenta três situações possíveis:
• Caixa equilibrado: o valor das receitas é igual ao das despesas. O caso ainda é favorável, embora não esteja sobrando recursos. É preciso buscar um superávit, seja pelo aumento das receitas, seja pela redução de custos.
• Caixa positivo: receitas maiores do que as despesas. É uma situação confortável que permite o planejamento de investimentos ou realização de gastos com projetos da empresa.
• Caixa negativo: despesas superam as receitas. Nessa situação, para equilibrar o orçamento, a saída é recorrer a financiamentos, ou seja, mais dívidas. Se as dívidas não estiverem sob controle, os juros podem prejudicar ainda mais as finanças. A empresa que está nessa situação deve rever as despesas para equilibrar o caixa.
Fluxo de caixa projetado
Uma vez identificados os itens que geram os recebimentos e pagamentos, é possível elaborar a projeção do fluxo de caixa, com base em premissas adotadas diante do realizado. O fluxo projetado pode ser de três, seis ou 12 meses, devendo ser revisto semanalmente, pois a cada dia novas informações devem ser incorporadas à projeção.
Quanto mais precisas as informações, maior será a possibilidade de utilizar o fluxo projetado para a tomada de decisões, como o adiamento de um investimento, compra de estoque, ampliação dos negócios etc.
Análise e decisão
Saiba mais sobre outros aspectos que envolvem a boa gestão financeira e impactam o resultado da empresa:
• Formação de preço: antes de colocar o produto à venda, é fundamental que o empresário avalie o seu preço, contemplando os custos fixos e variáveis, os impostos e a rentabilidade pretendida.
• Custo financeiro na venda a prazo: é necessário calcular o custo financeiro que o parcelamento trará à empresa. Em certas situações, vender mais não significa maior lucro.
• Negociação com fornecedores: é importante negociar para barganhar descontos e alongar o prazo de pagamento das mercadorias ou serviços.
• Controle de estoque: atividade fundamental para que não falte produto ou para que a mercadoria não fique parada mais do que o necessário ao giro do negócio.
• Controle das perdas: na gestão administrativa, é importante controlar as perdas com roubos interno e externo e desperdícios de materiais, energia e água. Além disso, é preciso eliminar tarefas operacionais desnecessárias e onerosas que não estão de acordo com o foco do negócio.
• Planejamento de liquidações: ao promover promoções e liquidações, o empresário deve se atentar para não dimensionar mal os descontos e a quantidade de produtos oferecidos.
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