Preocupada com os impactos negativos que eventuais restrições ou até o fim parcelado sem juros no cartão de crédito possam causar aso ambiente de negócios – medida aventada pelo Banco Central (BCB) como contraponto às altas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito –, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentou as prioridades dos setores de Comércio e Serviços ao presidente do BCB, Roberto Campos Neto. 

A fim de tratar dessa e de outras questões essenciais para os setores que representa, a Federação elencou uma série de propostas à instituição. Na ocasião, Fábio Pina, economista da , entregou ao presidente Roberto Campos Neto um documento com o posicionamento da Federação em defesa da manutenção do parcelamento sem juros.

O material, com essa e outras propostas em benefício do ambiente de negócios, foi entregue durante debate promovido pela Frente Parlamentar pelo Livre Comércio (FPLM), com apoio da FecomercioSP, na manhã desta quarta-feira, 22, no Senado Federal, em Brasília.

Na ocasião, Pina ressaltou a importância da modalidade. Segundo ele, de 50% a 60% das operações no Comércio, hoje são feitas no parcelado sem juros. “Grande parte da economia está no setor de Serviços, então quanto mais opções de meios de pagamento houver, melhor. O parcelamento sem juros cresceu nos últimos anos, porque é instrumento positivo tanto para o lojista quanto para o consumidor. Para nós, uma eventual restrição a essa modalidade é incompreensível”, defendeu.

Ao falar sobre a inadimplência e sobre o número de cartões que as pessoas dispõem para consumo, Campos Neto frisou que a discussão acerca do tema não está concluída. 

O economista da FecomercioSP avaliou que o risco de inadimplência de compras no parcelado sem juros é o mesmo em qualquer modalidade e que as emissoras de cartões controlam esses riscos a que estão expostas. “Eu posso ter dois três cartões que não se conversam? Posso. Mas eu também posso ter duas, três contas, cartões em bancos e fazer três ou quadro CDCs [Créditos Diretos   ao Consumidor] em várias instituições, e também me superendividar. Do jeito que está, o mercado, funciona muito bem”, explicou ao defender a liberdade do consumidor para escolher o melhor modo de efetuar suas compras. “A mudança é preocupante, pois não vejo risco no parcelamento sem juros”, afirmou Pina.

Nesse sentido, a FecomercioSP integra o movimento Parcelo Sim!, que reúne entidades em defesa do parcelado sem juros.  

Além da defesa da manutenção do parcelamento sem juros, o documento com as prioridades da FecomercioSP conta com sugestões para o aprimoramento da segurança nas transações realizadas por meio do PIX, pleiteia maior participação do setor privado no debate sobre o Drex, o real digital, em desenvolvimento pelo BCB. A Federação também solicitou um detalhamento da “conta turismo” nas estatísticas relativas ao balanço de pagamentos, divulgadas pelo BCB.

Além do presidente do BCB, Roberto Campos Neto, e do economista da FecomercioSP Fábio Pina, a mesa de debate contou com a participação do deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, Luiz Philippe de Orléans (PL/SP); o diretor-executivo do Instituto Livre Mercado, Rodrigo Marinho; a deputada federal Bia Kicis (PL-DF); o deputado federal e presidente da Frente Livre Comércio/RS, Rodrigo Lorenzoni; e o deputado distrital e presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Comércio-DF, Thiago Manzoni (PL).

Não ao fim do parcelamento! Assine a petição online