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Sustentabilidade

Floresta dos Atletas contribuirá para a preservação de uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo

Para o Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, o legado da Rio 2016 pode inspirar ações semelhantes nas empresas

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Floresta dos Atletas contribuirá para a preservação de uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo

Atualmente, as mudas estão em um viveiro e recebem cuidados diários de cerca de 50 funcionários
(Divulgação/Biovert)

Por Deisy de Assis

As sementes plantadas na cerimônia de abertura da Rio 2016 darão origem à Floresta dos Atletas em agosto de 2017, no Parque Radical, dentro do Completo Esportivo de Deodoro (RJ). A futura área verde contribuirá para a preservação de outra floresta que fica a aproximadamente 30 quilômetros de distância e é considerada uma das maiores do mundo em território urbano.

Segundo Marcelo de Carvalho Silva, diretor da Biovert Engenharia Ambiental e Florestal, responsável por cuidar das sementes e mudas, a Floresta dos Atletas reduzirá a temperatura da região e aumentará a absorçãode gases tóxicos (como o gás carbônico, nocivo à saúde humana), tornando o ar mais limpo.

A outra floresta – já existente – e que será beneficiada pela iniciativa é o Parque Estadual da Pedra Branca, que se estende por 12,5 mil hectares (equivalentes a 12 campos de futebol e meio). Ele foi criado em 1974 e abrange territórios de 17 bairros. Jacarepaguá, Bangu e Realengo são alguns deles.

“A Floresta dos Atletas atrairá mais pássaros, enriquecendo a fauna local, o que vai colaborar com a dispersão de sementes dentro e fora da floresta, atingindo assim o Parque Estadual da Pedra Banca”, frisa Silva.

Para que o plantio ocorra em agosto do ano que vem, os trabalhos foram iniciados em dezembro de 2014, com a organização para a colheita das sementes. Atualmente, as mudas estão em um viveiro e recebem cuidados diários de cerca de 50 funcionários da Biovert.

Espécies raras

Entre espécies que estarão na futura floresta estão algumas ameaçadas de extinção, como pau-brasil, cedro e palmito-jussara.

Há também as frutíferas raras. Fazem parte dessa lista a grumixama e a cambucá, que são árvores nativas da Mata Atlântica e dão frutos pouco conhecidos.

Legado

Um dos diretores da Cerimônias Cariocas - empresa responsável pelo evento de abertura da Rio 2016 -, Dudu Saramago conta que a ideia surgiu de conversas entre o cineasta Fernando Meirelles, um dos diretores da cerimônia de abertura das Olimpíadas, e o diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, sobre a importância de deixar um legado.

“Queríamos dar um recado importante ao mundo a partir da figura dos atletas e do simples gesto de semear. Ultrapassamos o discurso e teremos uma floresta que carregará todo esse simbolismo”, diz Saramago.

Modelo para novas iniciativas

Na opinião da assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, a ação foi inovadora e o legado mencionado por Saramago é algo diferente de tudo que já tinha sido visto em jogos olímpicos anteriores.

“Todo esse cuidado em fazer o alerta e ainda planejar a criação de uma floresta mostra que é possível que as empresas e instituições tenham iniciativas pelo bem do planeta. Cada uma, de acordo com seu porte e capital, pode somar nesse sentido”, afirma Cristiane.

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