Negócios
26/03/2019Gestão eficiente dos estoques aumenta lucratividade das empresas
Não se trata de ter um volume elevado de produtos disponíveis, mas de saber avaliar a capacidade de comercialização e a necessidade de reposição das mercadorias
Maneira apropriada de se realizar o controle dos estoques varia conforme o ramo de atividade da empresa
(Arte/Tutu)
Por Eduardo Vasconcelos
É frustrante para consumidores e lojistas quando o produto procurado não está à disposição no estabelecimento. Para reduzir a incidência de potenciais vendas não concretizadas, a empresa deve gerir os estoques de maneira eficiente, o que minimiza eventuais prejuízos e potencializa a lucratividade.
O problema é que não há fórmula pronta quando se trata de gestão de estoques, uma vez que a prática apropriada varia conforme o setor e o ramo de atividade.
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O especialista em gestão de estoques da Resulta Consultoria Empresarial, Gabriel Okamoto, sintetiza, no entanto, que a boa administração dos estoques passa pelas capacidades de o empresário entender as vendas do seu negócio e de se relacionar com seus fornecedores. “Geralmente, deve-se fazer um estudo da capacidade de comercialização dos produtos. Assim, o empreendedor consegue saber o volume que precisa manter estocado para suprir a demanda do mês. Também é importante avaliar a capacidade do fornecedor de entregar as mercadorias solicitadas”, indica.
Okamoto recomenda que empresas com ao menos um ano de operação trabalhem os estoques observando a média de vendas – contanto que tenham registros do fluxo de transações para fazer o levantamento. No caso de produtos novos ou empresas em início de operação, a dica é trabalhar com projeções, cujos parâmetros são, respectivamente, as vendas de artigos similares e o desempenho médio do mercado de atuação.
Em geral, as pequenas empresas têm dificuldades de realizar essas tarefas porque não checam o estoque regularmente e, muitas vezes, desconhecem o valor e a validade dos itens armazenados, aponta o sócio-diretor da consultoria Blue Numbers, Márcio Iavelberg.
“Isso traz uma série de problemas. Muitas mercadorias, por estarem vencidas, são descartadas, enquanto outras, próximas ao vencimento, precisam de descontos muito grandes para serem desovadas”, explica Iavelberg. “Do ponto de vista financeiro, isso derruba margem de lucro, e, às vezes, o empreendedor precisa antecipar o que tem a receber para cobrir pagamentos em função de uma receita menor”, completa.
A assessoria técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) fala sobre excesso e escassez: por um lado, manter uma quantidade elevada de mercadorias custa caro; por outro, trabalhar com estoques baixos pode fazer com que, na falta do produto, a loja perca o cliente para a concorrência.
A Entidade também destaca a importância de o empreendedor estar atento ao mercado, pois a redução dos estoques de um segmento pode se traduzir em necessidade de reposição num futuro próximo – bastante comum na relação entre varejo e atacado.
A FecomercioSP produziu um conteúdo especial que detalha como deve ser o controle de estoques nos setores de varejo, atacado, indústria e serviços. Essa gestão tem grande potencial de aumentar o fluxo de vendas das empresas. Confira o material aqui.