Passados os efeitos inflacionários da crise de desabastecimento, houve melhora da percepção das condições econômicas atuais
(Arte: TUTU)

O humor dos consumidores paulistanos deve continuar volátil ao menos até a definição eleitoral em outubro. Assim, os empresários devem ter cautela e evitar endividamento e altos estoques até que se tenha um quadro mais claro da conjuntura econômica brasileira nos próximos meses.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), teve alta de 0,9% e atingiu 104,4 pontos no mês. Em relação a agosto de 2017, o indicador avançou 2,9%. O ICC é composto pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e pelo Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), o varia de 0 (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).

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A leve recuperação da confiança dos paulistanos foi motivada pela alta de 8,6% no ICEA, que chegou a 83 pontos em agosto, ficando próximo da pontuação do período anterior à greve dos caminhoneiros, de 83,8 pontos, em maio. Passados os efeitos inflacionários da crise de desabastecimento, principalmente dos alimentos, houve uma melhora da percepção das condições econômicas atuais principalmente das classes de renda mais baixa, em que o peso da alimentação sobre o orçamento familiar é maior. O ICEA dos consumidores com renda familiar de até dez salários mínimos subiu 11,8% e registrou 76 pontos em agosto.

O IEC, por outro lado, caiu 2,4%, ao passar para 118,6 pontos, o menor patamar desde abril de 2016, refletindo as incertezas no cenário eleitoral. Em relação a agosto do ano passado, o índice exibiu queda de 3,5%. Destacou-se a piora das expectativas dos consumidores com renda familiar acima de dez salários mínimos.