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Imprensa

Inadimplência atinge, em média, 23,5% das famílias paulistanas no primeiro semestre de 2023

No período, 948 mil lares tinham contas em atraso, mostra levantamento da FecomercioSP

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Entre janeiro e junho deste ano, 948 mil famílias que vivem na cidade de São Paulo estavam inadimplentes — são 14,7 mil lares a mais com contas em atraso do que o registrado no mesmo período do ano passado. O número representa uma média 23,5% de famílias, ante 22,9% registrados no primeiro semestre de 2022. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O endividamento, por outro lado, registrou queda no semestre: de 74,1%, entre janeiro e junho de 2022, para 72,9%, no mesmo período deste ano.

São 2,94 milhões de famílias na capital paulista que têm algum tipo de dívida — no ano passado eram 2,97 milhões. Sem surpresas, o cartão de crédito continua sendo o maior vilão entre os endividados (83,5%), seguido pelos carnês (14,4%), pelo crédito pessoal (11,1%) e pelo crédito consignado (6%). De acordo com a FecomercioSP, a redução do endividamento e o aumento da inadimplência são sinais de alerta frente a um cenário desafiador para as famílias paulistanas. Embora o mercado de trabalho esteja aquecido, a inflação tem demorado para ceder e o crédito permanece caro, o que limita o acesso e dificulta o pagamento e a negociação de dívidas.

Por outro lado, a partir de julho, o Desenrola, novo programa do governo federal, deve ajudar a reduzir a inadimplência no curto prazo. Contudo, a Federação ressalta que mesmo com o parcelamento em 60 meses, as famílias, principalmente as de baixa renda, correm o risco de não conseguirem arcar com esse compromisso ao longo do tempo.

Consumidores mais otimistas

Segundo o levantamento da Entidade, o cenário ficou relativamente mais favorável às finanças domésticas: o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou crescimento de 29,8% no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2022. Todos os sete itens analisados pela pesquisa apontaram alta, com destaque para renda atual e momento para duráveis, cujas variações positivas foram de 55,6% e 42,9%, respectivamente.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), outra pesquisa de confiança da FecomercioSP, também seguiu a linha positiva e apontou crescimento de 19,5%. Os dois itens analisados nesse indicador obtiveram alta: enquanto o índice de condições econômicas atuais registou elevação de 42,9%, na avaliação do cenário econômico do País e da família em médio e longo prazos, o aumento foi de 11,3%.

A FecomercioSP explica que a situação média da família paulistana está melhor do que há um ano. No entanto, os juros altos têm trazido complicações para acerto de contas e consumo de longo prazo. Além disso, inflação é outra variável que ainda aperta o bolso, por mais que esteja desacelerando. A tendência, no curto prazo, é de manutenção dos números das três pesquisas, pois não há nenhum indício, no momento, de qualquer tipo de mudança. Por exemplo, a evolução gradativa do emprego e da renda é, de certa forma, combatida pelos juros elevados. Somente quando o Banco Central (Bacen) iniciar um novo ciclo de cortes da Selic (taxa básica de juros) será possível prever melhoras mais significativas na inadimplência e no consumo.

Notas metodológicas

PEIC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor. O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.

ICF
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.

ICC
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

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