Economia
29/05/2017Incertezas políticas e discussão sobre reformas causam preocupação aos consumidores paulistanos, que reduzem propensão ao crédito em maio
Segundo pesquisa da Entidade, índice de intenção de financiamento caiu 16,4% ao passar de 18,7 pontos em abril para 15,6 pontos em maio
O Índice de Segurança de Crédito também apresentou retração no mês, passando dos 82 pontos em abril para 72,3 pontos em maio, recuo de 11,8%
(Arte/TUTU)
O mês de maio mostrou resultados desanimadores com relação ao mercado de crédito, a propensão a tomar novos empréstimos e a segurança do crédito. Segundo a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em maio, o Índice de Intenção de Financiamento registrou 15,6 pontos, queda de 16,4% em relação a abril, porém, ainda é 8,5% superior ao registrado no mesmo mês de 2016, quando o indicador alcançou 14,4 pontos.
O Índice de Segurança de Crédito também apresentou retração no mês, passando dos 82 pontos em abril para 72,3 pontos em maio, recuo de 11,8%. Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve queda de 9,7%, quando o indicador estava em 80,1 pontos.
A segurança de crédito apresentou maior queda (19,7%) entre os consumidores endividados, passando dos 64,9 pontos em abril para os atuais 52,2 pontos e retração de 17,3% na comparação com o mesmo mês de 2016, quando foram alcançados 63,1%. Entre os não endividados, houve queda de 9,4% na comparação mensal e retração de 5,1% no contraponto anual.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, após alguns meses de retomada gradativa da intenção do consumidor em voltar ao mercado de crédito e financiar parte de suas compras, maio veio interromper esse comportamento. Resta saber se isso é apenas momentâneo, um erro estatístico, ou de fato uma expressão do cansaço em esperar uma melhoria da economia mais proeminente e veloz.
Ainda de acordo com a Entidade, as famílias não conseguem tornar suas expectativas mais concretas diante, principalmente, da instabilidade do ambiente político.
Aplicações
A poupança, após ter atingido seu pior patamar histórico em fevereiro, subiu pelo segundo mês consecutivo e ainda é o investimento preferido dos paulistanos. Em maio, 57,5% dos aplicadores tinham na poupança o principal destino dos seus recursos, queda de 2,3 pontos porcentuais (p.p.) em relação aos 59,8% apurados em abril. Em maio de 2016, a proporção era de 68%. Os que investem em renda fixa alcançaram 23,1%, alta de 1,9 p.p. em relação ao mês anterior e crescimento de 3,6 p.p em relação aos 19,5% registrados em maio de 2016. Na sequência apareceram as aplicações em previdência privada (8,7%) e em ações (3,7%).
Segundo a FecomercioSP, se a economia se estabilizar com a retomada definitiva do crescimento em longo prazo, as aplicações em ações devem também ocupar um espaço levemente maior do que o atual. Isso somente será percebido com maior intensidade após o período de reformas mais importantes.
Sobre a PRIE
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) - apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) - tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.
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