Economia
11/07/2018Índice de Confiança do Empresário do Comércio cai 4,4% em junho sob efeito da paralisação dos caminhoneiros
Empresários estão pessimistas em relação à situação presente, com menor propensão a realizar novos investimentos e menos confiante quanto ao futuro
Queda de 4,4% foi a terceira mensal consecutiva registrada pelo indicador
(Arte/Tutu)
Com os empresários mais pessimistas em relação às condições atuais do comércio, menos confiantes sobre o futuro e com menor propensão para realizar investimentos, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) no município de São Paulo registrou a terceira queda mensal consecutiva em junho. O indicador caiu 4,4% na comparação com maio, passando de 114,4 pontos para 109,3 pontos. Em relação a junho de 2017, houve alta de 4,9%.
Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total) – a marca de 100 pontos é o limite entre pessimismo e otimismo.
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A queda na confiança empresarial registrada pelo ICEC aconteceu sob efeito da paralisação dos caminhoneiros, cuja principal consequência foi a redução drástica do fluxo de consumidores nos locais de compra, principalmente de bens duráveis e semiduráveis.
A FecomercioSP ressalta que parte desse efeito é transitório e deve se normalizar com a retomada do fluxo de pessoas no comércio. Contudo, não se pode descartar que o movimento grevista tenha afetado negativamente a confiança dos consumidores, que tendem a ficar menos propensos à aquisição de bens de maior valor. A Entidade avalia que esse efeito pode perdurar até a conclusão das eleições deste ano.
Com isso, a Federação recomenda cautela nas decisões de investir e contratar, mas sem alarmismo. Em função da incerteza política, o empresário do comércio também deve ficar atento aos fenômenos socioeconômicos que podem ocorrer no País ao longo dos próximos meses.
Indicadores
Na segmentação por porte, o ICEC mostra que a confiança das empresas com mais de 50 empregados registrou queda mais acentuada, de 6,7%, passando de 136,2 pontos em maio para 127,1 pontos em junho. No caso dos estabelecimentos comerciais com até 50 empregados, a retração foi de 4,3%, atingindo 108,9 pontos, após registrar 113,9 pontos no mês anterior.
Os três indicadores que compõem o ICEC apresentaram queda na passagem de maio para junho. O maior recuo foi do Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), cuja retração foi de 6,1%, caindo de 90,9 pontos para 85,3 pontos. No comparativo anual, houve crescimento de 11,1%.
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), por sua vez, teve queda mensal de 4,6% em junho, passando de 156,1 para 148,9 pontos. A comparação anual, contudo, apontou variação positiva de 0,7%.
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), de maio para junho, teve retração mais modesta, de 2,4%, passando de 96,1 para 93,7 pontos. Da mesma forma que os demais indicadores, houve crescimento na comparação com junho de 2017 (6,7%).
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, essa evolução desfavorável do indicador está diretamente ligada ao momento atual de instabilidade econômica no qual o País se encontra. A fraca geração de empregos, as incertezas políticas, a recente greve dos caminhoneiros - que acarretou e ainda deve acarretar pressões de preços sobre determinados bens - e a possibilidade de aumento de impostos pioram a apreensão dos empresários e consumidores. Pelo lado dos investimentos, a letargia está associada à incerteza eleitoral.
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