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Economia

Índice de Intenção de Consumo das Famílias tem retração de 2,3% após sequência de nove altas

De acordo com a FecomercioSP, variáveis econômicas que garantiram a sequência de elevações seguem positivas e indicam que queda no mês pode ser pontual

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Índice de Intenção de Consumo das Famílias tem retração de 2,3% após sequência de nove altas

Dos sete itens analisados pela pesquisa, seis recuaram na comparação mensal
(Arte: TUTU)

Após uma sequência de nove altas consecutivas, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do município de São Paulo registrou retração de 2,3%, passando de 95,1 pontos em março para 92,9 pontos em abril. No entanto, no contraponto anual, houve crescimento de 18,6%, quando nesse período de 2017 o indicador atingiu os 78,3 pontos.

O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e, acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.

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Dos sete itens analisados pela pesquisa, seis recuaram na comparação mensal. O destaque negativo ficou por conta do item Momento para duráveis, que passou de 76,6 pontos para 68,1 pontos em abril, queda de 11,1%. Nos últimos anos, também houve esse movimento de retração acentuada especificamente no mês de abril – em 2015, a variação foi de -11,5%, e no quarto mês de 2016, foi de -9,4%. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, esse item teve um crescimento sazonal forte no início do ano em decorrência das oportunidades das liquidações, considerando que de dezembro a março o item cresceu 20,2%. Em relação a abril do ano anterior, a expansão foi de 34,9%.

O item Renda atual foi o que sofreu a segunda maior variação negativa no mês (-2,7%), atingindo 103,1 pontos em abril. Apesar da queda mensal, o item ainda se posicionou acima dos 100 pontos, ou seja, a maioria dos paulistanos (33%) diz que a renda da família está melhor do que há um ano. A Entidade destaca, ainda, que esse porcentual estava em 25% em abril do ano passado e que o índice teve avanço anual de 15,3%, quando apontava 89,5 pontos.

Os dois itens relacionados ao emprego também registraram retração mensal em abril. A Perspectiva profissional exibiu queda de 2% e atingiu 114,6 pontos; e o item Emprego Atual registrou retração de 1,3%, passando de 113,5 pontos para 112 pontos. Ambos estão em patamares superiores ao de abril de 2017, sendo de 4% e 10,3%, respectivamente. Além disso, também estão no nível de satisfação (acima dos 100 pontos), o que significa que a maioria das famílias que responderam à pesquisa está tanto mais segura em relação ao seu cargo atual quanto na expectativa de melhora profissional nos próximos seis meses.

As demais retrações foram observadas nos itens Nível de consumo atual e Acesso ao crédito. O primeiro apontou recuo de 1,2%, atingindo 61,7 pontos ante os 62,5 pontos apontados em março, e continuou sendo o item com pior avaliação do ICF. Na comparação anual, porém, teve forte avanço de 34,2%, pois estava em um patamar muito baixo em abril de 2017, de 46 pontos. Em um ano, houve redução de 62% para 53% dos que disseram que estão gastando menos, ou seja, uma melhora relativa.

E o segundo item, Acesso ao crédito, ficou praticamente estável (-0,6%), mantendo-se na casa dos 94 pontos. Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o índice estava em 74,6 pontos, houve alta de 25,9%. De acordo com a FecomercioSP, com a redução de juros, os consumidores estão encontrando cada vez menos dificuldade na obtenção de crédito para compras a prazo.

O item Perspectiva de consumo foi o único a apresentar crescimento no comparativo mensal (0,9%), ao passar de 95,6 pontos em março para 96,5 em abril. Em relação ao mesmo mês de 2017, a alta foi de 27,7%. Em termos relativos, em um ano, houve aumento de dez pontos porcentuais (de 23% para 33%) entre os que disseram que devem aumentar os gastos nos próximos meses.

Na segmentação por renda, as famílias com renda superior a dez salários mínimos reduziram sua intenção de consumo em 3,7%, mas se mantiveram acima dos 100 pontos, com 103,5 pontos. Para o grupo com renda inferior a dez salários mínimos, o índice caiu 1,8%, passando de 90,8 pontos para 89,2 pontos. A queda em ambas as faixas foi impulsionada pelo item Momento para duráveis.

A assessoria econômica da Federação destaca que, apesar da queda, os índices registrados em abril não sinalizam, em princípio, qualquer reversão da curva. Em uma análise geral, a partir de junho do ano passado, quando o ICF estava em 77,7 pontos, o indicador subiu 22,4% em nove altas seguidas até atingir os 95,1 pontos em março.

Ainda de acordo com a FecomercioSP, as variáveis econômicas que construíram esse ciclo de crescimento ainda estão positivas. A inflação na região metropolitana de São Paulo está em 3,5%, com deflação no grupo de alimentos. Os juros ao consumidor continuam na tendência descendente, e empregos vêm sendo gerados – mesmo que de forma tímida. Portanto, tudo indica que essa queda tenha sido pontual, e o aumento no comparativo anual tem surtido efeito positivo no avanço consolidado das vendas no varejo.

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