Economia
24/03/2016Índice de intenção de financiamento recua 38,7% em um ano na capital paulista e atinge o menor patamar desde 2012
Recuo foi resultado da queda da proporção de consumidores que pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses, que passou de 9,9% em fevereiro para 7,5% em março
Famílias estão com receio de comprometer finanças diante de aumento do desemprego, inflação elevada e incertezas econômicas e políticas
(Arte/TUTU)
A intenção das famílias paulistanas de tomar empréstimos continua em queda livre e, em março, registrou o menor resultado desde 2012. Os dados são da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O recuo em março foi resultado da queda da proporção de consumidores que pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses, que passou de 9,9% em fevereiro para 7,5% no mês.
O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, também registrou queda na comparação com fevereiro de 2016 e em relação a março de 2015.
Segundo a FecomercioSP, a queda na intenção de financiamento foi causada pelo receio das famílias em comprometer suas finanças a longo prazo diante de um cenário de aumento do desemprego, inflação elevada e incertezas econômicas e políticas. Ao mesmo tempo, houve redução da segurança de crédito após dois meses de melhora, indicando menor capacidade das famílias de poupar.
A assessoria econômica da Federação reforça que é preciso acompanhar atentamente o indicador nos próximos meses, pois o momento é de muita incerteza e o nó político inviabiliza o aumento da propensão a investir ou consumir, bem como uma atuação mais efetiva das autoridades econômicas no sentido de adotar medidas para a retomada da economia.
Aplicações
A poupança se manteve como a preferida da maioria dos entrevistados, porém, ainda tem perdido espaço relativo para renda fixa, fato que tende a se acentuar em 2016 em razão da inflação e da taxa Selic elevadas.
De acordo com a Federação, a tendência é de que, enquanto os juros se mantiverem muito altos, haja migração para aplicações de renda fixa.
Veja no infográfico abaixo os destaques do mês apontados pela pesquisa:
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